A Delegacia da Mulher de Ponta Grossa indiciou um estudante universitário pelo crime de perseguição qualificada, após denúncias de duas alunas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Segundo as vítimas, o acusado fazia comentários frequentes e inadequados sobre suas vestimentas e corpos, além de insinuar que as monitorava fora do ambiente acadêmico. As atitudes do estudante geraram constrangimento e abalo emocional nas denunciantes, levando uma delas a deixar a sala de aula chorando em uma das ocasiões.
Outros estudantes foram ouvidos como testemunhas e confirmaram os relatos das vítimas, conforme as autoridades locais. O crime de perseguição, previsto no artigo 147-A do Código Penal, tem pena agravada quando cometido contra mulheres em razão do gênero, conforme legislação vigente. O episódio evidencia a presença de violência de gênero e assédio no ambiente universitário, um problema recorrente nas instituições de ensino superior brasileiras
Segundo as autoridades, comentários sexistas, abordagens invasivas e monitoramento de alunas são exemplos de comportamentos que, além de violar direitos fundamentais, podem comprometer a permanência e o bem-estar das mulheres na universidade.
A UEPG mantém canais como a Ouvidoria e campanhas institucionais para acolher denúncias de violência, assédio e outras formas de abuso. O regimento interno prevê sanções disciplinares que vão de advertência à exclusão do agressor, dependendo da gravidade do caso.