Uma celebração de Ação de Graças pelo Jubileu de Ouro dos Frades Menores Missionários reuniu, nesta terça-feira (15), arcebispos, bispos, provinciais de diversos lugares do Brasil, padres, diáconos, religiosos, representantes da Legião de Maria, da Liga Católica, Cursilho, de movimentos familiares, associações e pastorais. Ao todo, mais de 600 pessoas acompanharam a missa presidida pelo bispo Dom Sergio Arthur Braschi, na matriz da Paróquia São Pedro Apóstolo, no Bairro Sabará, em Ponta Grossa.
Antes do Ato Penitencial, todos os convidados se apresentaram. Estavam presentes os arcebispos de Cuiabá (MT), Mário Antônio da Silva, e de Londrina, Dom Geremias Steinmetz; os bispos de Toledo, João Carlos Seneme; de Guarapuava, Dom Hamilton Manoel da Silva; Dom André Martins, abade do Mosteiro da Ressurreição, em Ponta Grossa; frei Pedro Cesário Palma, da Província São Lourenço de Brindes (Paraná, Santa Catarina e Missão Paraguai); provinciais, representantes de provinciais e freis do Rio Grande do Sul, Ceará, Maranhão, Várzea Grande (MT), Curitiba, Toledo, Santana do Araguaia (PA), Rondonópolis (MT), Guarapuava, Vila Flores (RS), Itiquira (MT), padre Santos Setuma, de Luanda, na África, e freis Fábio Júnior, da Paróquia São Francisco, e José Tosta, capuchinho da Paróquia Bom Jesus, ambas de Ponta Grossa.
Ao lado de consagrados e leigos franciscanos, também acompanharam a celebração padre Antonio Ivan de Campos, da Paróquia/Catedral Sant’Ana; padre Athanagildo Vaz Neto, chanceler da Diocese de Ponta Grossa; padre Jaime Rossa, vigário geral da Diocese de Ponta Grossa; padre Joel Nalepa, coordenador da Ação Evangelizadora da Diocese de Ponta Grossa; padre Martinho Hartmann, coordenador da Pastoral Presbiteral da Diocese de Ponta Grossa, e padre Kleber Pacheco, do Setor Juventude do Regional Sul 2 e da Diocese de Ponta Grossa.
Logo no início da Santa Missa foi lida, em latim, a ata do decreto de fundação da congregação como instituto diocesano, e, a bênção apostólica do Papa Francisco, onde o Santo Padre direcionou a bênção ao ministro geral frei Amarildo Copertino Pereira, e aos membros da congregação, invocando, sob a intercessão da Virgem Maria, a abundância das graças divinas. O decreto foi assinado por Dom Geraldo Pellanda, em 15 de agosto de 1973, em União da Vitória, onde os freis tinham casa na época. “Foram três anos de preparação, quando peregrinaram pelas paróquias relíquias, fragmentos de ossos, de santos franciscanos”, comentou frei Amarildo Pereira, o ministro geral atual dos freis, pedindo a todos que acolhessem as relíquias e as estampas dos freis fundadores.
Dom Sergio acolheu a todos desejando paz e bem, a saudação típica dos franciscanos. “Lembramos 50 anos atrás, exatamente nesse dia, no tempo que (a Assunção de Maria) era festa religiosa e feriado. Na época, era festejado no dia. Imaginemos esse momento histórico. Foi em União da Vitória. O bispo se dirigiu até lá para erigir essa nova família dentro do carisma franciscano. Acolheu com tanto carinho essa congregação. Obrigado por toda a atuação junto aos tantos movimentos e associações que durante os 50 anos tiveram a presença dos freis como orientadores, além de todas as ações de caridade e de atendimento das pobrezas humanas. Obrigado por isso! “, agradeceu o bispo, falando da alegria de muitos fiéis de rever os freis com quem já conviveram e trabalharam, não só de Ponta Grossa, mas de outras cidades. “Estão aqui bispos e arcebispos de onde os freis tem missão para enaltecer esse caráter evangelizador tão importante. Bom nos unir nessa Santa Eucaristia em ação de graças, rogando bênçãos e vocações já numerosas nesses 50 anos e que continuam a missão dos primeiros freis”, acrescentou.
“Os fundadores estão junto a Deus se alegrando conosco nesse momento. Obrigada Deus pela presença dos freis na Diocese de Ponta Grossa e nas dioceses aqui representadas. Uma presença que nos convida à santidade. Presença generosa, presente nos hospitais, no socorro de moradores de rua, em tantas obras de caridade, aos migrantes, a tantas necessidades que temos e sempre podemos contar com a presença pronta dos frades. Que Deus continue renovando esse carisma, que vive na radicalidade o que São Francisco buscou”, enalteceu Dom Sergio.
História
A fundação do novo ramo franciscano, a Pia União dos Frades Menores Missionários, se deu em 15 de agosto de 1973. A ereção em Pia União se deu com o nome originário de Pia Associação dos Padres de São Francisco de Assis. Com a aprovação das constituições por decreto diocesano de Dom Geraldo Micheletto Pellanda, de 15 de agosto de 1980, passou a se chamar Instituto dos Frades Menores Missionários. Em 22 de março de 1982, a antiga Congregação para os Religiosos e Institutos Seculares do Vaticano autorizou a ereção canônica.
O reconhecimento em ‘congregação de direito diocesano’ deu-se a 30 de maio de 1982, em Ponta Grossa, através de um decreto emanado por Dom Geraldo. A 15 de agosto de 1994, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, então bispo de Ponta Grossa, aprovou por decreto a revisão das constituições. Eram 13 os religiosos fundadores e que nela perseveraram. Todos são falecidos: Domingos Rigon, Timóteo Pérsici, Celso Chesini, Teodoro Ferronato, Manoel Parisi, Justino Dotti, Tiago Lucchese, Alceu Richetti, Gaspar Zonta, Doroteu de Pádua, Ireneu Costella, Eusébio Ferreto e Edmundo Costella. Após alguns anos da consolidação da congregação, surgiu entre alguns fundadores, especialmente frei Irineu, a ideia de um ramo feminino que vivesse do jeito dos frades, na busca das ‘fontes franciscanas’, dedicando-se à evangelização sobretudo das famílias.
Em 2007, alguns fiéis leigos que tinham maior contato com os frades, mostravam interesse em participar mais de perto da caminhada franciscana. Foi então que surgiu o grupo dos leigos franciscanos. São pessoas que se encantaram pelo ideal de vida de São Francisco e Santa Clara e buscam viver no mundo a espiritualidade cristã de um jeito franciscano. Reúnem-se periodicamente para adoração ao Santíssimo Sacramento, formação franciscana e partilha de vida. Almejam uma vida simples, fraterna, orante com um olhar especial para os mais pobres e sofredores. Podem ser solteiros ou casados.
Em 2013, um grupo de moças que expressava o desejo de partilhar a forma de vida da congregação. Aos poucos foi se organizando uma experiência de convivência entre vocacionadas. Após um processo de discernimento e caminhada vocacional, no dia 15 de agosto de 2017 iniciou-se oficialmente o ramo feminino das Irmãs Franciscanas Menores Missionárias. O bispo Dom Sergio Arthur Braschi presidiu a celebração que marcou as primeiras promessas e ingresso para o noviciado e postulantado de três candidatas a religiosas.
Em Ponta Grossa, duas paróquias são administradas pelos frades: a São Pedro Apóstolo, no Sabará, e a São Francisco de Assis, no Borato.
da assessoria