A médica hematologista, Erica Sabrine Angelo Lisboa, esteve hoje no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta-feira (09) e conversou com o professor Everson Krum e o apresentador José Amilton sobre doenças do sangue, coagulação, doação e transfusão de sangue.

Leia os principais pontos da entrevista:

Função do especialista
Esclarecendo o que é um hematologista e quando procurar, Erica explica que “é o médico que  se especializa em tratar as doenças do sangue”. E essas doenças podem ser benignas, como anemias, problemas da coagulação e trombose, ou até doenças malignas como os chamados ‘cânceres do sangue’: leucemias e linfomas. “Uma doença que acomete o sangue, precisa ser avaliada pelo especialista”, afirma a médica.

Doenças sanguíneas

O sangue, conforme a médica, ” é quem transporta o oxigênio para os nossos órgãos; é quem transporta os eletrólitos (minerais); transporta tudo que a gente precisa”, declara. Pode ser definido como o sistema de transporte do corpo humano; além de também ter função de sistema de defesa e oxigenação. Dra. Erica ainda explica que o sangue se renova através da formação de novas células que acontecem dentro dos ossos, mais especificamente dentro da medula óssea.

Sobre as causas das doenças do sangue, ela diz que existem diversos fatores, desde anomalias congênitas ou adquiridas ao longo da vida, como por exemplo alguns tipos de anemia, que podem ser desencadeados devido aos maus hábitos de alimentação.

Ainda há doenças que acometem “a parte vermelha do sangue”, diz a médica, ou seja, afetam as células que carregam hemoglobina, além de doenças do sistema imunológico, que afetam células de defesa (os leucócitos), e as doenças que afetam células responsáveis pela coagulação do sangue (as plaquetas). “Essas três partes do sangue podem desenvolver diversos tipos de doenças e é nesse ponto que a gente trabalha e que fazemos as investigações”, declara a especialista.

Tipos sanguíneos e doação
A médica explica que, durante a formação das células vermelhas, algumas substâncias delas vão definir o tipo sanguíneo de cada pessoa. Além disso, as células de defesa reconhecem essas substâncias para saber se fazem parte do corpo da pessoa ou se devem ser rejeitadas.

Para que possa ser feita a doação de sangue, os tipos sanguíneos e o fator RH devem ser compatibilizados. “Tudo que o nosso sistema de defesa tem que fazer, é reconhecer coisas que são estranhas ao nosso organismo”, diz Erica. Esse sistema de reconhecimento serve para a defesa de vírus, bactérias, fungos, substâncias intrusas que, quando forem reconhecidas pelo organismo, sejam rejeitadas. Por exemplo, quando a pessoa não possui essas substâncias nas células vermelhas, o sangue é identificado como O-, ou seja, é o sangue doador universal, pois as células de defesa dos outros tipos sanguíneos não identificarão o sangue como intruso e não rejeitarão a doação.

No dia 25 de novembro, comemora-se o Dia Nacional do Doador de Sangue. “É um mês para estimular as pessoas a doarem sangue”. Ela explica que, existem pessoas que precisam da transfusão recorrente para sobreviver e que não é fácil encontrar bons doadores, pois o sangue precisa ser compatível em outras particularidades, dependendo da doença de cada paciente. Por isso ela enfatiza a importância de “ter muito doadores (…)”. “Todo mundo que for capaz de doar, doe sangue, para que encontre aquele doador que é mais compatível com essa pessoa que precisa de sangue sempre para sobreviver”, assinala.

Confira na íntegra a entrevista com médica hematologista: