Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024

HU-UEPG participa dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulheres

2024-12-11 às 15:12
Foto: Tierri Angeluci

Referência no atendimento a mulheres, adolescentes e crianças vítimas de violência física, sexual e negligência severa que demandem atendimento hospitalar, os Hospitais Universitários da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) participaram da campanha intitulada “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”. A ação foi idealizada pela Rede de Enfrentamento às Violências contra as Mulheres do Município de Ponta Grossa e contou com a participação de diversas instituições, entre elas: Casa da Mulher, Agência do Trabalhador, Conselho Tutelar, Delegacia da Mulher, Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc), Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar, Conselho do Idoso, Abrigo Corina Portugal, e Fundação Municipal de Saúde da Prefeitura de Ponta Grossa.

Como parte do evento, o HU-UEPG promoveu na última quinta-feira (05) em seu auditório uma roda de terapia comunitária interativa sobre o tema. A diretora-geral dos Hospitais Universitários, professora Fabiana Postiglioni Mansani participou da roda. Segundo ela, a realização de ações como esta com com equipes de trabalho compostas majoritariamente por mulheres é uma iniciativa poderosa para discutir a violência contra a mulher. “Essas rodas podem trazer benefícios para o bem-estar das profissionais e fortalecer o trabalho da mulher de forma que possam atuar em funções diversas. A implementação de rodas terapêuticas demonstra um compromisso do cuidado com as mulheres que atuam na área da saúde, e também com a valorização das profissionais, com respeito e empoderamento, reforçando a missão do hospital como espaço de transformação social”, destaca.

A coordenadora do Ambulatório de Saúde Integrativa (ASI) da UEPG, professora Milene Zanoni, foi a facilitadora dessa técnica aplicada na ação. Ela conta que a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é uma prática que visa promover a saúde mental por meio da partilha de experiências e do fortalecimento de redes de apoio comunitárias. “No contexto do HU-UEPG, a roda de TCI tem como objetivo principal acolher o sofrimento dos servidores, proporcionando um espaço onde possam compartilhar vivências, fortalecer a autoestima e vínculos positivos e desenvolver resiliência. O HU, ao integrar a TCI em suas atividades, atua em consonância com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS), que incentiva a inclusão de práticas como a TCI na rede de atenção à saúde, incluindo nos serviços especializados ambulatoriais e hospitalares”.

Ela disse ainda que diversos assuntos foram abordados durante o encontro, entre eles casos de violência social, matrimonial, sexual e psicológica, e alguns casos particulares entre as servidoras do HU. “Esses relatos refletem diretamente na qualidade da assistência prestada às mulheres encaminhadas ao hospital por situações semelhantes. A prática da TCI proporciona um espaço seguro para acolhimento e partilha, buscando transformar as vivências dolorosas em resiliência e fortalecer as redes de apoio tanto para as servidoras quanto para as mulheres atendidas”, completa.

A iniciativa foi promovida pela Comissão Interdisciplinar de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (CIPIS) e pelo Serviço Multiprofissional em Assistência Integral à Saúde (SerMais) dos HU-UEPG e pelo ASI.

Referência internacional no assunto encerra rodas de TCI de 2024

A professora Milene afirma que devido à relevância do tema e ao interesse das participantes em continuar explorando esse assunto, uma nova roda de Terapia Comunitária Integrativa abordando a violência contra as mulheres será realizada no dia 12 de dezembro (quinta-feira) às 11h novamente no auditório do HU.

“Um destaque especial do encontro será a ilustre visita de Vitória Figueiredo Barreto, uma profissional renomada na área de Terapia Comunitária Integrativa (TCI). Psicóloga especialista em Terapia Familiar Sistêmica e instrutora certificada em TCI pelo berço da prática, o Mismec 4 Varas (Movimento Integrativo de Saúde Mental Comunitária), Vitória é referência internacional no tema”, afirma Milene.

Segundo ela, a palestrante promove rodas, capacitações e treinamentos certificados em TCI em parceria com hubs importantes, como a Abratecom (Associação Brasileira de Terapia Comunitária), organizações da América Latina, o Visible Hands Collaborative (EUA), e o Réseau Européen de Thérapie Communautaire Intégrative (hubs de TCI na Europa).

Atualmente, Vitória exerce a função de coordenadora deliberativa científica (CDC) da Abratecom para a gestão 2023-2025, além de ser consultora e membro do comitê da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Panamericana de Saúde (OPS), colaborando com o centro colaborador de Lima-Peru, EsSalud. Seu trabalho está focado na sistematização da TCI como prática de autocuidado, saúde integral e saúde mental, contribuindo significativamente para a expansão e o reconhecimento da TCI como tecnologia social no mundo.

da assessoria