O médico ginecologista, oncologista e especialista em mastologista, Dr. Fábio Mansani, a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Magali Bomfati, e a tesoureira, Alaine Margate Guimaraes, falaram sobre o Outubro Rosa, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (05).
Outubro Rosa
O Outubro Rosa é conhecido mundialmente como o mês que alerta a população sobre a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Ele é marcado por ações afirmativas relacionadas à prevenção dessa doença, e a importância de se ter um diagnóstico precoce.
“O pensamento que devemos ter é que o Outubro Rosa deve acontecer todos os dias. Todos os dias devemos pensar e falar sobre esse tema, porque o câncer não espera outubro para aparecer”, pondera o Dr. Fábio. “É importante que a gente levante neste mês esta bandeira, mas é um dever da sociedade que esta pauta esteja presente todos os dias”, acrescenta.
Causas e cura
Dr. Fábio explica que o câncer de mama é uma doença multifatorial. “Ele é uma doença que tem um perfil genético, então existe a questão da qualidade de vida, alimentação e hormonal. A própria gestação e amamentação também podem impactar nesse processo”, explica.
“É um grande quebra-cabeça que acaba elevando a incidência do câncer de mama. A cada dois anos o INCA [Instituto Nacional de Câncer] faz um cálculo de estimativas e todas as vezes temos visto um maior número de neoplasias da ‘parte c’. Então não existe como se fazer uma prevenção primária, mas quanto mais precoce for o diagnóstico maior a chance de cura do paciente”, complementa.
A importância do diagnóstico precoce se faz presente nos números, segundo o especialista. “Hoje, nós ultrapassamos o índice de 90% de cura na população que é acometida por essa doença e possui o diagnóstico precoce”, ressalta. “Esses números são baseados nesse fator e também nas novas terapias que estão aparecendo”, acrescenta.
Dr. Fábio pontua que não existe uma prevenção primária para a pessoa não ser diagnosticada com a doença. “Existem aqueles jargões que todas as pessoas conhecem, que consistem em se alimentar bem, dormir bem, combater o estresse, fazer atividades físicas e ter uma qualidade de vida. Esses são fatores que impactam de forma positiva na saúde de forma geral”, assegura. “A mamografia é o único exame capaz de reduzir mortalidade por câncer de mama. Porém muitas tecnologias estão sendo desenvolvidas, e existe um exame chamado biópsia líquida que é um exame de sangue e você detecta DNA tumoral circulante. São pedaços de células malignas que circulam no organismo de quem está com o tumor em uma fase muito inicial”, pondera.
Ele ressalta que esse exame ainda está em fase de pesquisa, mas que futuramente pode servir para prevenir a doença. “Por enquanto ainda não se conseguiu chegar no momento em que se faça em uma perspectiva adequada, porque ele ainda é um exame muito caro e seus resultados ainda não contribuem de maneira relevante”, conclui.
Caso de superação
Alaine relembra de como descobriu o câncer e a batalha vencida contra a doença. “O meu caso aconteceu em 2019, quando foi detectado o câncer, e foi um momento bastante difícil quando foi identificado o diagnóstico. Já existia um histórico familiar em que minha irmã havia falecido de câncer e a notícia foi terrível”, pontua.
Uma das principais preocupações de quem começa a fazer o tratamento é relacionada à queda do cabelo, segundo a tesoureira, que superou essa barreira de forma rápida. “O meu cabelo era longo, e quando eu comecei a fazer o tratamento mandei fazer uma peruca. Eu acredito ter usado apenas três vezes, porque não me reconhecia com aquela peruca. Eu falei para mim mesma que ‘é assim que eu sou e assim que estou’, e dessa forma superei essa situação”, explica.
Serviço
Você pode conhecer os serviços e conteúdos prestados pela Rede Feminina de Combate ao Câncer, através do facebook e instagram. O telefone para contato é: (42) 3224-7014.
Confira a entrevista completa: