Domingo, 13 de Outubro de 2024

Médica veterinária explica benefícios da aromaterapia para animais

2024-01-22 às 17:10
Foto: Moisés Kuhn/D’Ponta News

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (22), a médica veterinária Erika Zanoni explicou como a aromaterapia pode ajudar os animais.

A profissional explica que a aromaterapia é um assunto bem antigo, mas começou a entrar em evidência recentemente, porque muitas pesquisas comprovam os seus benefícios. “Trata-se da utilização de óleos essenciais, que são partes da planta, para o tratamento de doenças psiquiátricas, problemas físicos, problemas de pele, entre outros. A planta, para ela sobreviver às adversidades, como clima, muito frio, muito calor, ela produz esse óleo e a gente utiliza para fazer a terapia com as pessoas e com os animais”, explica.

Desta forma, a aromaterapia é constituída por uma tríade: farmacológica, vibracional e qualidade de vida. “Na parte farmacológica, realmente tem princípios ativos dentro desse óleo. Tem a parte de bem-estar, porque o aroma, o cheiro do óleo traz boas lembranças, emoções positivas, é muito utilizado em SPA, locais que as pessoas e os animais visam a questão da qualidade de vida. E a parte vibracional, energética, dos óleos essenciais. Por exemplo, a manjerona que é um óleo que utilizamos para ansiedade, insônia, é a parte farmacológica, a parte vibracional, indicamos para luto, porque a manjerona é considerada a grande mãe de acolhimento das emoções”, diz.

Segundo Erika, há várias formas de aplicar a técnica da aromaterapia nos animais. Por exemplo, em casos em que é difícil a conteção dos animais para aplicação de remédios. “A aromaterapia facilita isso porque a via de administração é inalatória. O animal vai respirar o óleo e esse princípio ativo vai para o sistema nervoso”, revela. O óleo é colocado em um difusor, que pode ser elétrico, e a partir disso vai ser inalado pelo animal. “Tem também a via tópica, que se o animal tiver algum problema de pele eu posso aplicar na pele, nunca puro, preciso diluir, ou através de algum produto e também tem os cosméticos, entre outras coisas. O que a gente não faz na Medicina Veterinária é a ingestão dos óleos essenciais, eu vejo que isso é muito comum, principalmente indicada por pessoas que vendem os óleos, mas a gente não recomenda, é proibida a ingestão de óleos essenciais, sou de uma escola de aromaterapia que não indica a ingestão, mas eu vejo que isso é muito comum”, diz.

Óleos mais usados

De acordo com a médica veterinária, os aromaterapeutas costumam misturar os óleos, porque “essa mistura forma uma sinergia e cada óleo vai contribuir com a sua função para determinada doença ou situação de estresse”.

“Usamos na Medicina Veterinária a lavanda, que é um coringa, usamos sândalo, laranja doce, rosas, gerânio, capim limão”, diz. Porém é importante ficar atento às ressalvas, como é o caso do alecrim e do orégano. “O alecrim é bastante utilizado para humanos, na questão do foco e da estética, no cabelo, mas na Medicina Veterinária usamos com ressalva porque o alecrim pode causar perturbação do sistema nervoso e é bem interessante comentar aqui porque as pessoas extrapolam. Sempre que for colocar óleos essenciais é necessário buscar ajuda de um profissional porque tem alguns que têm alguns efeitos que fazem mal para o animal”, alerta.

“Outra ressalva é com o orégano, que é bastante utilizado para humanos, mas animais odeiam cheiro de orégano e aquilo causa um mal estar nele. O capim limão é interessante deixar no máximo uma hora no difusor, porque a partir dali pode causar alguns problemas para o animal”, acrescenta.

O uso de óleos essenciais também é benéfico para tratar de situações específicas como o estresse e o medo que os cães sentem quando ouvem sons de fogos de artifício. “O intuito não é de sedar o animal, mas sim fazer um condicionamento para ele ter respostas novas”, comenta. ” Essa semana estamos fazendo tratamento em uma pata, uma maritaca e um papagaio, para eles se acalmarem. Não tem tantos estudos para animais selvagens, não é muito comum esse tipo de prática, mas tinha um papagaio do peito roxo, que chegou de uma situação de maus tratos, está na lista vermelha de risco de extinção, ele não comia, ficava meio deprimido, não brincava e a gente percebeu que com o tratamento, uma hora por dia, ele foi aumentando o apetite, melhorando, ficando mais esperto”, conta.

Apesar dos benefícios, a aromaterapia não é uma prática muito barata. “O difusor não é barato, os óleos muitas vezes são mais caros, mas os óleos podem durar até cinco anos se forem bem conservados. E usa pouco, são 600 gotas que tem em cada frasco, usa duas ou três gotas por vez, é pouco. Para quem não tem esse difusor, eu acabo fazendo um spray, para passar nos lugares, como no carro. Tem animal que enjoa, que fica muito nervoso em viagens, por exemplo”, completa.

Confira a entrevista completa: