A população de Ponta Grossa enfrenta uma crise hídrica, mesmo com as chuvas que têm atingido a região. Segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), o desabastecimento ocorre devido a uma combinação de fatores, como o aumento do consumo impulsionado por uma onda de calor extremo, problemas operacionais e limitações na infraestrutura de abastecimento.
O diretor da Sanepar, Sergio Wippel, pediu desculpas à população pelos transtornos causados e explicou que as altas temperaturas, que já ultrapassam os 30ºC por mais de dez dias consecutivos, elevaram significativamente a demanda por água. “Com essa situação de calor extremo, não de um ou dois dias, mas acima de dez dias, estamos enfrentando situações que não estavam previstas. Precisamos realizar manobras no sistema para evitar um colapso completo”, afirmou.
Entre os principais motivos apontados pela Sanepar estão:
– Reservatórios em níveis críticos: Apesar das chuvas recentes, o consumo elevado impede a recuperação dos níveis mínimos operacionais.
– Infraestrutura insuficiente: A capacidade atual do sistema não atende à demanda crescente. Investimentos recentes, como a duplicação da adutora Pitangui, ainda estão em fase de conclusão.
– Alta demanda sazonal: O calor intenso aumentou o uso de água para atividades domésticas e comerciais.
– Problemas técnicos na captação: Chuvas anteriores causaram dificuldades no sistema de captação de água.
Os bairros mais afetados incluem Contorno, Santa Paula, Ronda, Boa Vista, Chapada, Nova Rússia e Uvaranas. Em algumas regiões, o desabastecimento chegou a durar dias consecutivos.
Para mitigar os impactos e melhorar o abastecimento, a Sanepar está investindo em obras estruturais. A duplicação da adutora Pitangui deve ser concluída até abril deste ano e permitirá um aumento na capacidade de fornecimento em 150 litros por segundo. “Este investimento é significativo e vai trazer equilíbrio ao sistema produtor-distribuidor em Ponta Grossa”, destacou Wippel.
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Além disso, a companhia orienta os moradores a instalarem caixas d’água em suas residências para minimizar os efeitos das interrupções temporárias no fornecimento.
Wippel anunciou que se reunirá com a prefeita de Ponta Grossa e vereadores nos próximos dias para apresentar o plano de ação da Sanepar e tranquilizar a população. Ele também reforçou o pedido para que os moradores economizem água e priorizem seu uso para higiene pessoal e alimentação. Enquanto as obras não são finalizadas, a cidade segue enfrentando oscilações no abastecimento. A Sanepar garante que está trabalhando para resolver o problema e evitar novas crises no futuro.
