Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024

“Na minha opinião o episódio do 11 de setembro gerou uma reação dos EUA que redefiniu a questão de como estava se organizando o mundo”, ressalta Luiz Alexandre Gonçalves Cunha

2023-11-15 às 15:14

O professor de Geografia e História, Luiz Alexandre Gonçalves Cunha. esteve no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta-feira (15) para falar sobre geopolítica e os conflitos bélicos que estão acontecendo no mundo.

Luiz acredita que a universidade deve sempre buscar se integrar à sociedade. “Eu acho que a universidade possui esse papel importante e esse dever com a sociedade em que está inserida”, ressalta.

Fator determinante para os conflitos que estão acontecendo, segundo o professor

O professor acredita que o fator determinante que desencadeou em todos os conflitos do mundo atual foi o atentado do 11 de setembro. Naquela ocasião, a organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda cometeu uma série de ataques terroristas contra os Estados Unidos.

“Esse acontecimento abriu o século XXI, em 2001. Eu acredito que aquele atentado foi o mais destruidor que já tivemos, porque foram mais de 3 mil vítimas e ele aconteceu na maior potência militar do mundo. Ou seja, significou uma humilhação para esse potência e trouxe a mensagem de que alguns grupos estavam dispostos a tudo no sentido de promover ataques àquele que eles consideram o seu grande inimigo”, explica. “Então foram 21 terroristas que conseguiram tomar a direção de quatro grandes jatos, ocasionado que dois atingissem as Torres Gêmeas, que vieram a desabar, um atingiu o Pentágono e o outro foi derrubado”, acrescenta.

Luiz pondera que os terroristas atingiram torres de edifícios comerciais, mas poderiam ter sido direcionados às usinas nucleares. “Eles tiveram essa liberdade de escolha para focar no alvo, então poderiam ter derrubado aqueles jatos em qualquer alvo. Se os quatro jatos tivessem sido direcionados para quatro usinas nucleares, isso geraria um cenários de caos e seria uma tragédia”, pontua. “Na minha opinião essa ocasião gerou uma reação dos EUA, que redefiniu a questão de como se estava se organizando o mundo. A partir disso eles começaram a relativizar as soberanias dos Estados, através da doutrina de George Walker Bush [que era o presidente na época]”, complementa.

O professor ainda assegura que a partir disso os EUA passaram a não respeitar a soberania dos Estados que consideravam terroristas ou apoiadores do terrorismo. “A partir disso os Estados Unidos passaram a combater grupos terroristas, independente da vontade daquele país. Então aquela soberania tradicional dos territórios deixou de ser considerada”, afirma.

Medo criado nas potencias ocidentais

O especialista acredita que após este episódio foi criado um medo nas potências ocidentais de que viessem também a ser vítimas de terrorismo. “A partir de 2001, aconteceram também atentados na Inglaterra e na França. Isso trouxe uma radicalização no sentido da chamada ‘guerra das civilizações’, em que partidos políticos mais ligados à direita que sempre combateram a imigração começaram a crescer, porque passaram a explorar esse medo que foi criado”, explica.

Serviço

Você pode conferir os conteúdos no canal do Youtube do professor.

Confira a entrevista na íntegra: