Sexta-feira, 26 de Julho de 2024

Neurologista Jivago Sabatini fala sobre as causas, como identificar e como prevenir o AVC isquêmico

2023-11-16 às 11:44
Foto: D’Ponta News

O médico neurologista Jivago Sabatini esteve no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (16), e em uma entrevista com o apresentador José Amilton e o professor Everson Krum, falou sobre Acidente Vascular Cerebral (AVC) e neurologia intervencionista.

Leia os principais pontos da entrevista:

Definindo primeiramente o que é um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o médico diz que existem dois tipos: o AVC isquêmico, que trata-se da obstrução dos vasos sanguíneos e o hemorrágico, quando o vaso se rompe e há sangramento no tecido. “AVC tem tratamento, só que quanto antes eu tratar, melhor o meu desfecho”, enfatiza Jivago.

Focando no AVC isquêmico, o especialista explica que a obstrução do vaso sanguíneo causa uma lesão do tecido cerebral, ocasionando uma isquemia (quando o oxigênio, transportado pelo sangue, não chega ao órgão em quantidade suficiente), resultando em um dano neurológico por falta de irrigação.

O médico conta que a doença, apesar de ser mais prevalente, não acomete apenas pessoas idosas, e que tem sido comum em pessoas jovens. As causas podem ser doenças congênitas, por algum trauma ou acidente, ou pelo estilo de vida da pessoa, sendo maior sua incidência em pessoas fumantes, sedentárias, diabéticas e que fazem consumo frequente de álcool; e nas mulheres que fazem uso de contraceptivos hormonais.

Sobre os sinais que podem indicar que uma pessoa está tendo um AVC, ele elenca a perda visual, perda de força de um dos membros ou de metade do corpo, alteração na fala (falar enrolado, não conseguir falar ou proferir palavras desconexas), sonolência e crise convulsiva.

Para confirmar se alguém pode estar sofrendo um AVC, ele diz para usar a sigla SAMU (Sorrir, Abraço, Música, Urgência). Desta forma, pedir para a pessoa sorrir e analisar se a boca não está torta ou se não há fraqueza na face; pedir para que ela dê um abraço, e analisar se está com perda de força ou não consegue levantar o braço; pedir para que cante uma música ou repita uma frase e verificar se consegue proferir e se não está com a fala enrolada; e se apresentar estes sinais chamar as equipes de socorro, ou levar a pessoa até o hospital com urgência.

Jivago diz que antigamente apenas tratava-se as sequelas provenientes do AVC e, atualmente, a medicina já descobriu formas de prevenir. Através da trombectomia mecânica, são utilizados cateteres que são introduzidos no vaso sanguíneo e fazem a desobstrução, aumentando o tempo de tratamento em até 24 horas, o que antes com o remédio usado, o ativador plasminogênio tecidual recombinante (RT-PA), era de apenas 4 horas e meia; e isso pode diminuir e até mesmo  prevenir as sequelas da doença e resultar em uma recuperação mais rápida. “Tempo é cérebro;  quanto antes você tratar, menos dano você vai ter”, assinala o médico.

Confira a entrevista na íntegra: