Nesta quinta-feira, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o programa ‘Manhã Total’ da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM) recebeu o diretor do Grupo Philus, Marcus Vinicius Nadal Borsato. Ele falou sobre os avanços ambientais em Ponta Grossa, especialmente na destinação de resíduos e reaproveitamento de materiais.
Para Marcus, a cidade vive um momento de evolução na área ambiental. Segundo ele, a situação de hoje é muito diferente do passado, quando os resíduos eram jogados em um buraco próximo ao antigo Mercadão. “Especialmente plástico e vidro eram descartados sem qualquer tratamento”, lembrou.
Ele também explicou como o saneamento básico mudou a realidade da população. Antes das redes de esgoto, as casas tinham fossas, ou mesmo buracos no quintal usados como privadas. “O que hoje chamamos de vaso sanitário, antes era apenas um buraco”, disse. Para ele, a implantação de banheiros e sistemas de tratamento foi essencial para melhorar as condições de saúde e higiene.
Sobre o atual cenário, o diretor afirmou que Ponta Grossa tem muito a comemorar. “Especialmente nos últimos cinco anos, a cidade teve um progresso imenso na destinação correta de resíduos”, avaliou. Ele destacou que até mesmo moradores da área rural têm acesso à água potável, o que mostra o avanço da infraestrutura básica.
Coleta seletiva
Durante a entrevista, Marcus falou sobre o funcionamento da coleta seletiva. O que é recolhido nas feiras e na coleta de materiais inorgânicos vai para as associações de catadores, que fazem a separação. “O que não serve, vai para o aterro sanitário”, explicou. No entanto, ele afirmou que esses rejeitos têm diminuído, já que as associações buscam reaproveitar mais materiais como o isopor, que agora é compactado e reciclado.
Outro ponto abordado foi a reutilização de roupas e garrafas de vidro. Para Marcus, isso ajuda a reduzir a geração de lixo. Sobre o plástico, ele explicou que o melhor uso é a reciclagem que é feita na cidade. “É preciso separar os tipos de plástico, triturar, transformar em pallets e então encaminhar para as indústrias”, detalhou. Esse material pode ser transformado em novos produtos. “Há fabricantes de refrigerantes que já utilizam plástico reciclado, pelo menos em parte”, destacou.
Ele também comentou que a cidade ainda não conta com coleta porta a porta de resíduos orgânicos, mas há estudos da Prefeitura para implantar esse modelo. “Quando isso acontecer, as casas terão três tipos de coleta. Uma para orgânicos, outra para inorgânicos e uma terceira só para rejeitos, como cacos de vidro e seringas”, disse.
Atualmente, os resíduos orgânicos de restaurantes e padarias são recolhidos e levados para a Usina Termoelétrica a Biogás. A unidade recebe entre 15 e 16 toneladas por dia e transforma os restos de frutas, carnes e pães vencidos em energia.
O processo começa com a trituração e maceração do resíduo, que vira uma massa orgânica armazenada em tanques de 170 mil litros. Depois, o material vai para os biodigestores, onde bactérias transformam a matéria orgânica em biogás. “Esse biogás é tratado e usado como combustível em um motor que gera energia”, explicou Marcus. A energia é injetada na rede da Copel e já abastece prédios da Prefeitura, como Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Unidades Básicas de Saúde (UBS), escolas e o próprio prédio da administração municipal.
Sobre o Grupo Philus
O Grupo Philus é uma holding com sede em Ponta Grossa e reúne seis empresas ligadas à engenharia, sustentabilidade e gestão de resíduos. Fundado a partir da Philus Engenharia, o grupo emprega cerca de 500 pessoas diretamente e outras 750 indiretamente.
Entre as empresas do grupo estão a Ponta Grossa Ambiental (PGA), responsável pela limpeza urbana da cidade e pela operação da Usina Termoelétrica a Biogás, a Zero Resíduos, voltada a soluções ambientais, e o CTR Vila Velha, que atua com triagem de recicláveis e compostagem.
Outra empresa em destaque é a Philus Produtos Sustentáveis, que fabrica copos, canudos e embalagens com foco em materiais recicláveis. O grupo também contou com a Suprema Sistemas Viários, voltada a soluções para o trânsito, que está em reestruturação.
Assista a entrevista na íntegra:
