Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2025

Novo ataque de pitbull em PG reacende debate: Raça deve ser proibida?

Confira a opinião de ponta-grossenses ligados à criação da raça considerada perigosa pela população
2025-01-16 às 15:16
Imagem: ilustração / divulgação

Nos últimos dois dias, dois incidentes graves envolvendo crianças foram registrados na cidade. Na terça-feira (14), um bebê de um ano sofreu ferimentos graves após ser atacado por um rottweiler no bairro Jardim Manacás. No dia seguinte, uma menina de 3 anos foi vítima de outro ataque no bairro Shangrilá. Ambas as crianças foram internadas na UTI do Hospital Universitário Materno Infantil (Humai), administrado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Esses episódios reacendem a discussão sobre a regulamentação ou proibição de certas raças de cães consideradas potencialmente perigosas. Atualmente, Ponta Grossa possui uma lei municipal (7037/2002) que exige o uso de focinheiras para 15 raças, incluindo pitbulls, em vias públicas. No entanto, a fiscalização dessa legislação tem sido alvo de críticas. O debate sobre o tema revela opiniões divergentes entre especialistas do município.

Alguns, como a psicóloga Suelen Winnik Lasquevski, defendem uma regulamentação dos Pitbulls mais rigorosa, reconhecendo que determinadas raças podem ter maior propensão à agressividade. “Acredito que deva existir uma regulamentação. Algumas raças têm um temperamento mais propício para se comportar de forma agressiva, e, nesse caso, devem ser averiguadas quais são as intenções do tutor ao optar por essa raça”, afirmou ela em entrevista ao Grupo D’Ponta.

Por outro lado, o veterinário Giovanni Contin argumenta contra a proibição dos Pitbulls, afirmando que a agressividade não é exclusiva de uma raça e que até cães de pequeno porte podem ser mais agressivos. “São animais dóceis e que apresentam, em sua maioria, um ótimo comportamento com pessoas. Sabemos que, como acontece com outras raças também, alguns tutores os criam com a ideia de serem cães de guarda, agressivos, que precisam ficar longe de pessoas, muitas vezes até isolados em canis. Isso acaba criando um perfil antissocial no animal”, afirmou ele.

O Conselho Municipal de Defesa e Proteção dos Animais propõe medidas mais enérgicas, como a obrigatoriedade de focinheiras, microchipagem, castração e restrições de circulação em locais públicos. Alguns especialistas, no entanto, atribuem os ataques mais ao descaso e desatenção dos tutores do que à raça em si, enfatizando a importância do adestramento e socialização adequados dos animais.

Texto publicado inicialmente na Revista D’Ponta ainda em 2024.