O neuropsicopedagogo, Dr. Leonardo Costa, abordou o transtorno do espectro autista (TEA) e inclusão, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (18).
Neuropsicopedagogia
A neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar que estuda a aprendizagem humana e o funcionamento do sistema nervoso, ou seja, relaciona os estudos das neurociências com os conhecimentos da pedagogia e da psicologia cognitiva.
“Ela é uma ciência relativamente nova, em que o profissional é especialista em educação e trabalha com as questões que envolvem a dificuldade de aprendizagem, transtornos do neurodesenvolvimento e dá um suporte para os profissionais da educação, além de também atuar no campo clínico”, explica o Dr. Leonardo. “Temos duas vertentes de atuação do neuropsicopedagogo, que são o campo institucional e o clínico. A minha atuação é no campo clínico, então eu faço avaliações e intervenções em crianças, adolescentes e adultos, e qualquer sujeito pode se beneficiar dos conhecimentos da neuropsicopedagogia”, complementa.
Momento de buscar ajuda de um profissional
Segundo o especialista, o momento ideal para os pais buscarem ajuda de um profissional, nos casos em que se existe uma percepção de que a criança possui algumas dificuldades no aprendizado e afins, é durante a primeira infância.
“Durante esse período temos os marcos do desenvolvimento. Eles são aquilo que se espera que uma criança desempenhe mediante a sua idade”, afirma. “Nós precisamos considerar as singularidades de cada um, mas todas as crianças precisam atingir alguns marcos. Um exemplo é que a criança acima dos dois anos precisa falar algumas palavras”, acrescenta.
Ele também destaca que quando esses marcos não acontecem da forma esperada, é um sinal de alerta para que uma ajuda especializada seja buscada pelos pais. “Durante esse processo, é realizado um processo de investigação para ver se está tudo bem, se existe a falta de estímulo ou buscar validar se é um transtorno que está associado a isso”, pondera.
TEA
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. “O TEA está 80% ligado à genética, então a criança que possui o transtorno já nasce com essa condição”, ressalta o Dr. Leonardo.
O especialista aponta que o ambiente é fundamental para o estímulo dessas crianças. “É uma forma para que a criança tenha menos prejuízos em relação ao transtorno. A partir do momento que a criança não é estimulada, o ambiente pode se tornar algo prejudicial para ela e o seu desenvolvimento”, assegura.
Ele também comenta que existem os níveis de suporte, que são utilizados quando estão realizando uma investigação para se ter um diagnóstico do paciente. “Eles estão ligados à capacidade que a pessoa tem em relação ao seu desenvolvimento, ou seja, é aquilo que ela consegue desenvolver sem a necessidade de um suporte”, explica. “Quando temos um sujeito com o transtorno e nível 1 de suporte, normalmente são pessoas que não apresentarão, na maioria das vezes, grandes dificuldades cognitivas, na escola, em relação às questões psicomotoras, de fala e linguagem”, pontua.
A partir do nível 2 de suporte, já existem níveis de prejuízo maior no desenvolvimento dos pacientes, segundo o neuropsicopedagogo. “São crianças que demandarão suporte de outros sujeitos para que possam se desenvolver, aprender e interagir. A partir do nível 3 de suporte, os sujeitos precisam de muito auxílio. Neste caso a criança não tem comunicação, por vezes tem um atraso cognitivo muito elevado e não possui a percepção daquilo que é real”, afirma.
Inclusão
O especialista destaca que nos dias de hoje existe muita informação e conhecimento acessível para as pessoas, e a inclusão é muito importante para o desenvolvimento dessas crianças, que possuem o espectro autista. “A sociedade precisa melhorar muito em relação à inclusão dessas pessoas e na garantia de direitos básicos que elas possuem. É necessário pensar nesses sujeitos com capacidades e não rotulá-los, para que eles possam se desenvolver”, finaliza.
Serviço
O neuropsicopedagogo, Leonardo Costa, atua na R. Euzébio de Mattos, 39 – Oficinas. O seu telefone para contato é: (42) 9 8832-8082.
Confira a entrevista completa: