Por Camila Souza.
Uma onça-parda, também conhecida como sussuarana, foi encontrada morta na manhã desta segunda-feira (18) às margens da rodovia 376, na altura do km 511, sentido Curitiba que passa por uma área de conservação do Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa. O resgate aconteceu por volta das 9 horas e foi realizado pela equipe do Projeto Garra, que atua no atendimento, resgate e realocação animal. Entre os integrantes da ação estava o médico veterinário Robson Klimionte. A ocorrência foi registrada após acionamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo o médico veterinário, o animal era uma fêmea adulta, em fase reprodutiva, com pouco mais de 25 quilos. A suspeita é de que tenha sido vítima de atropelamento durante a madrugada. O corpo foi encaminhado para o setor de zoologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Em vídeo divulgado pelo veterinário, é possível ver o momento do resgate do corpo já sem vida.
*Atenção conteúdo sensível!
Klimionte explicou que a onça-parda é um predador de hábitos noturnos e costuma sair à caça entre 22 e 23 horas, o que aumenta o risco de acidentes nas rodovias. Ele lembrou que esse não é um caso isolado na região.
De acordo com o veterinário, quando animais silvestres aparecem em áreas urbanas ou próximas a residências, geralmente estão em busca de alimento durante a noite, como galinhas ou carneiros em propriedades rurais. Ele observou que, ao amanhecer, o movimento das pessoas e veículos costuma assustar os animais, o que pode levá-los a se esconder em locais inadequados. “Aí ocorrem as situaçõess de eles estarem dentro de residências e casas. Isso acontece no Brasil inteiro”, afirma.
O veterinário alertou sobre os cuidados necessários ao trafegar por áreas de conservação. “Quando se passa por áreas de conservação deve-se tomar cuidado. Ou seja, andar em uma velocidade menor do que a velocidade habitual, porque são áreas em que o animal pode cruzar, não só uma onça, mas qualquer outro animal pode cruzar na rodovia”, disse.
Ele destacou ainda que a atenção deve ser redobrada em períodos de queimadas. Nessas situações, os animais podem se assustar e correr em direção à estrada. “Principalmente em situação de queimadas deve-se ter um cuidado redobrado para dar tempo de fazer a frenagem caso o animal apareça”, completa.
Klimionte também reforçou orientações sobre como agir ao se deparar com animais silvestres, vivos ou mortos. Ele recomendou nunca tentar interagir, espantar ou agredir o animal, já que isso pode provocar ataques. “A melhor coisa é se retirar do local para deixar o animal ir embora”, disse.
Quando o animal está morto, o veterinário destacou que não se deve mexer. “Mesmo morto ele pode transmitir doenças. E muitas vezes a pessoa acha que o animal está morto e ele pode acabar atacando com garras ou mordida”, explica.
A recomendação é acionar os órgãos competentes e fornecer o máximo de informações possíveis sobre o local. “O ideal é marcar pelo GPS do celular ou observar pontos de referência como placas e árvores. Quanto mais riqueza de detalhes melhor, porque às vezes a informação chega de forma incompleta e não conseguimos localizar o animal”, destaca.
Ele ainda reforçou que ninguém deve parar o veículo em cima da rodovia para verificar a ocorrência. “A rodovia é um lugar muito perigoso e o resgate deve ser feito por profissionais. O motorista pode sinalizar de forma segura e acionar a concessionária responsável pelo trecho, a polícia rodoviária, a polícia ambiental ou a secretaria de meio ambiente do município”, conclui.
A PRF de furnas localizada no KM 509 da BR-376 pode ser acionada pelo número (41) 3535-2133. Já a PRF localizada na Rod. do Café, BR – 373 no Km 184 pode ser contatada pelo número (41) 3535-2131. A Polícia Ambiental de Ponta Grossa pode ser acionada pelo telefone (42) 3229-2757. A concessionária CCR PRVias, responsável pelo trecho pode ser acionada pelo número 0800 376-000, o atendimento é 24 horas.