O grande destaque climático do Paraná no mês de outubro de 2023 foi o volume de chuva ocorrido nas regiões sudoeste, sul, centro, Campos Gerais e em todo o leste do Estado. A chuva neste mês pode ser considerada histórica, tanto pelo volume de chuva observado, como pela área atingida por esse volume excessivo.

Em Ponta Grossa, o Simepar registrou 314,4 milímetros de chuva neste mês, o maior volume de outubro já registrado no município desde 1997, quando houve o início da operação da estação meteorológica na cidade.  Anteriormente, o outubro mais chuvoso foi registrado há 18 anos, em 2005, quando o acúmulo foi de 267,6 milímetros. Ainda de acordo com o Simepar, a média histórica de chuva para este período é de 172,2 milímetros.

Em vários municípios das regiões citadas as anomalias de chuva superaram os 150%, contudo foi na Região Metropolitana de Curitiba que foram registrados os maiores desvios positivos, superando os 200% (como, por exemplo, Curitiba, com 241% (quase duas vezes e meia mais que o esperado para o mês de outubro)). Nas demais regiões paranaenses também houve registro de anomalias positivas de chuva, porém menos significativas.

A seguir, a Tabela 1 apresenta as cidades que registraram quebra de recorde para o mês de outubro (mês de outubro mais chuvoso do histórico) e a Tabela 2 mostra as cidades que quebraram o recorde de chuva acumulada mensal em relação a todos os meses do ano desde o início das medições e não apenas em relação ao mês de outubro.

Causa das chuvas

O clima chuvoso de outubro foi ocasionado pela atuação de sistemas meteorológicos típicos do mês, como a passagem de sistemas frontais pelo Sul do Brasil, a formação de sistemas convectivos de mesoescala (tempestades isoladas e/ou agrupadas em aglomerados de nuvens convectivas, além de linhas de instabilidade).

O que reforçou esses fenômenos e potencializou a formação dessa chuva histórica no estado foi a presença mais permanente que o habitual do jato de baixos níveis (fenômeno caracterizado por um máximo relativo no perfil do vento na baixa troposfera, localizado a uma altura média de 1500 m acima da superfície da Terra).

Este jato, orientado de noroeste para sudeste próximo ao Paraná que transporta ar mais quente e úmido da região Amazônica para o Sul do Brasil, esteve presente com maior frequência que o normal ao longo do mês de outubro e contribuiu para intensificar os eventos meteorológicos sobre as diversas regiões paranaenses. Os maiores impactos relativos ao volume histórico de chuva foram alagamentos, inundações, enxurradas, interdição de rodovias por aumento do nível dos rios e por deslizamentos de taludes.

Tornados

As tempestades também foram destaque neste mês no Paraná. Houve dois tornados confirmados sobre o Estado. Em Cascavel (dia 04/10), com vários estragos na cidade após ventos estimados acima de 180 km/h. Já no dia 28/10, mais um tornado foi observado no Paraná. Ele ocorreu em São José da Boa Vista, no norte pioneiro, próximo da divisa com o sul do estado de São Paulo.

Temperaturas

As temperaturas, em média, ficaram próximas às médias climatológicas no Paraná. Nas regiões noroeste e no norte pioneiro (setores onde a chuva ficou mais perto da histórica) os valores de temperatura ficaram acima das médias históricas. Tivemos algumas ondas de frio ao longo do mês, que provocaram temperaturas baixas. O menor valor registrado foi de 7,7°C em Palmas (dia 14/10). Temperaturas elevadas também foram observadas. Em Loanda fez 39,5°C no dia 23/10.

Com informações do Simepar