Por Camila Souza
O programa Manhã Total da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM), transmitido de segunda a sexta-feira das 8h às 10h da manhã, recebeu nesta quarta-feira (01) o comandante do 2º Batalhão de Bombeiros Militares de Ponta Grossa, Tenente-coronel André Lopes de Oliveira. Durante a entrevista, o militar detalhou a atuação da corporação na cidade e região, já que o batalhão atende dezoito municípios.
Segundo o comandante, ao longo dos anos o batalhão passou por diversas mudanças que ampliaram a estrutura e a capacidade de resposta. Ele afirmou que Ponta Grossa se destaca no cenário estadual pelos índices de ocorrências em diferentes perfis. “Ocorrências de incêndio ambiental somos campeões do estado, ocorrências também de salvamento aquáticos e buscas devido aos balneários presentes”, destaca.
A localização estratégica da cidade, com seu entroncamento rodoferroviário, também contribui para aumentar o número de atendimentos relacionados a acidentes de trânsito. “Os maiores engavetamentos e acidentes acontecem em nossa região e isso é uma característica de atendimento”, relata.
O militar ressaltou que o batalhão cresceu especialmente nos últimos dez anos. “Cresceu muito em termos de estrutura e de viaturas”, exemplifica. Ele lembrou ainda que a corporação já era referência desde a época do extinto Fundo Municipal de Reequipamento do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná, o Funrebom. Esse fundo garantia recursos repassados pela Prefeitura de Ponta Grossa para auxiliar na manutenção da tropa. “Nossa tropa é uma referência em termos de estrutura, treinamentos e competições internas dentro do corpo de bombeiros do Paraná”, disse animado.
Atualmente, o efetivo operacional em Ponta Grossa conta com oitenta bombeiros, enquanto no 2º Batalhão como um todo o número chega a cento e oitenta. “Ainda é pouco quando se considera as dezenove cidades. O grande desafio de todo governo é manter a estrutura do quadro adequado”, avalia.
O comandante explicou que as baixas provocadas pela aposentadoria agravam a situação, embora mudanças tenham permitido que os militares permaneçam mais tempo em atividade. “Apesar de que agora, os bombeiros estão ficando até o final da carreira com 35 anos, antes tinha a opção de ir embora com 30”, observa. Ele citou que os benefícios e promoções promovidos pelo governo colaboram para a permanência.
Na avaliação dele, mesmo com limitações, o número de bombeiros não é considerado alarmante. “Estamos com um número adequado e não é algo absurdo e que possa causar um impacto para os atendimentos. O maior desafio é atender as comunidades mais afastadas”, explica.
Entre as unidades, ele citou a do Centro, Uvaranas, Nova Rússia e o Distrito Industrial. “O distrito industrial está com efetivo apenas para fazer a manutenção e cuidar do distrito industrial, mas queremos retornar a atender lá com uma guarnição que é uma demanda importante da comunidade”, disse.
O comandante também falou sobre o apoio financeiro que a Prefeitura de Ponta Grossa oferece ao Corpo de Bombeiros. “Hoje a prefeitura faz um repasse para o corpo de bombeiros igual ao Funrebom, só mudou o nome e a origem da fonte. Não há emissão de uma taxa para o munícipe para arcar com as despesas que a manutenção é dever do estado”, explica. Ele destacou que esse recurso extra é importante para melhorias e reformas.
Apesar do suporte municipal, ele reforçou que a responsabilidade do Estado continua sendo fundamental. “Paga os bombeiros, combustível, adquire e realiza a manutenção de viaturas, repassa fundos rotativos específicos que são para determinada manutenção dentro do quartel, há de fato, esse investimento do estado de forma maciça”, relata. Ele observou que mesmo sem o apoio da prefeitura, a corporação se manteria em atividade normalmente.
No entanto, reconheceu que a ajuda da administração municipal possibilitou avanços. “Nós compramos para Ponta Grossa roupas para combate de incêndio florestal, específica e característica para o 2° Batalhão de Bombeiros de Ponta Grossa, porque temos uma área grande de incêndio ambiental e foi investido com o dinheiro do fundo”, revela.
Outro ponto mencionado foi a reforma do Centro de Capacitação Técnica, localizado no Distrito Industrial. A obra foi dividida em três etapas e no dia 7 de outubro ocorre o pregão eletrônico da primeira fase da licitação pública. “Não é fácil para reformar mas dessa vez deu certo e tomara que a empresa que vença não tenha nenhum recurso e que passe tranquilo na licitação”, comenta.
Saiba mais: Centro de Capacidade Técnica dos Bombeiros de PG recebe investimento de R$ 637 mil
O valor total da reforma é de pouco mais de 600 mil reais, abrangendo todas as estruturas do espaço. “Ninguém vai fazer algo absurdo, vão reformar a torre, reformar a rampa, salas de aula e um barracão”, explica. Ele acrescentou que o maior desejo é contar com uma guarnição fixa no local, composta por dois bombeiros permanentes.
Ao final da entrevista, o comandante detalhou ainda outras novidades e destacou que o programa completo pode ser acompanhado na íntegra abaixo:
