Sexta-feira, 01 de Agosto de 2025

Ponta Grossa vê custo de vida disparar após aumentos de impostos e tarifa

Morar e circular mais caro: impostos, transporte e serviços pressionam famílias; custo médio de vida fica em quase R$ 4 mil por mês
2025-07-31 às 17:47
D’Ponta News / Arquivo

Viver em Ponta Grossa está mais caro em 2025/6, com impactos visíveis no orçamento de quem mora na cidade. Uma série de aumentos recentes, aprovados pela Câmara Municipal e implementados pela prefeitura, atinge desde o transporte coletivo até o valor dos impostos municipais, modificando o cenário que por muitos anos era considerado um dos mais acessíveis do Paraná.

Transporte público: tarifa máxima e promessa de melhorias

Um dos principais fatores para esse salto no custo de vida foi o reajuste da tarifa do transporte coletivo. A partir de 1º de agosto de 2025, os passageiros pagarão R$5 pela passagem comum, ante os R$4 cobrados anteriormente—um aumento de 25%. Aos domingos, o valor especial de R$2 busca amenizar o impacto para as famílias. A prefeitura justifica o reajuste como essencial para garantir o equilíbrio fiscal do sistema e anuncia, como contrapartida, a incorporação de 25 novos ônibus com ar-condicionado e câmeras, além da reforma dos terminais urbanos.

Peso dos impostos municipais multiplica despesas

O Legislativo municipal aprovou também um aumento expressivo no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), cuja alta poderá chegar a até 30% em 2026, seguido de elevações de 20% anuais nos anos seguintes até atingir o valor de mercado atualizado do imóvel. O projeto prevê ainda a redução do desconto para pagamento à vista de 15% para apenas 5% e aumento da alíquota do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) de 2% para 2,5%. Essas mudanças atingem diretamente proprietários e quem pretende comprar imóveis, tornando a moradia mais onerosa.

Segundo especialistas e representantes do setor empresarial, a medida visa corrigir uma defasagem histórica na Planta Genérica de Valores dos imóveis, mas será sentida no bolso de toda a população, principalmente famílias de classe média e baixa e pequenos comerciantes, que já enfrentam margens apertadas em seus negócios.

Alimentação, moradia e serviços: impacto no dia a dia

Estudos recentes, divulgados pela expatistan, mostram que o custo de vida para uma pessoa solteira em Ponta Grossa gira entre R$3.410 e R$3.874 por mês, dependendo do estilo de vida e exigências de consumo; já para uma família de quatro pessoas, a faixa vai de R$9.242 a R$9.765 mensais; valor que deve aumentar ainda mais com valores superiores de impostos e passagem. Esses valores contemplam despesas com moradia, alimentação, transporte, lazer e saúde—componentes essenciais do bem-estar urbano.

O “prato feito” em um restaurante barato, por exemplo, sai por R$20 a R$30; uma garrafa de cerveja pode custar até R$14. Apesar do encarecimento, Ponta Grossa segue tendo custo menor que Curitiba e outras cidades maiores do Paraná, mas a diferença vem diminuindo rapidamente devido ao ritmo dos reajustes.

Comparativo com outros municípios

Embora continue figurando em rankings de cidades com custo de vida relativamente baixo no Brasil, Ponta Grossa viu essa vantagem se reduzir em 2025. A cidade é recomendada por sua qualidade de vida e oferta de lazer e saúde acessíveis, mas o cenário de aumentos generalizados tem levado famílias e empresas a repensarem despesas e prioridades.

A administração municipal defende que os reajustes são necessários para manter investimentos em infraestrutura, saúde e educação, citando uma defasagem histórica nos valores de imóveis e na estrutura tarifária do transporte. Por outro lado, a população reclama da pressão extra sobre o orçamento e da dificuldade de absorver tantos reajustes em tão pouco tempo.