O coordenador de Controle de Zoonoses de Ponta Grossa, Leandro Inglês, comentou sobre o número de cachorros de rua na cidade, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (7).
Acúmulo de animais em alguns locais
Algumas pessoas possuem o hábito de alimentar animais de rua, e em algumas regiões acaba se tendo um acúmulo desses animais que se acostumam a buscar o alimento ali. Leandro destaca qual é o limite e até que ponto é saudável esse ato.
“Esse é um dos grandes problemas da nossa cidade. Nós também chamamos esses animais de cães comunitários, então o pessoal que mora ao redor conhece esses cães e começam a alimentá-los”, afirma. “Desde que esse cão não incomode os munícipes ao redor, tudo bem a população ajudá-los a se alimentar. Porém o momento que eles começam a ficar territorialistas e defender o local, passa a ser um problema para o município também”, acrescenta.
Ele também ressalta que o ato de dar a comida para os animais não é errado, porém muitas pessoas fazem isso no local equivocado trazendo consequências ruins para alguns locais.
“A pessoa está fazendo um bem para o animal, dando o alimento, porém não é o local correto para realizar este ato. Normalmente ela dá esse alimento na frente da sua casa, daqui a pouco está o leiturista da Copel, da Sanepar, Correio e afins não podendo passar naquele local, porque os cães ficam territorialistas”, explica. “E acaba que não fica somente naquele espaço, eles começam a ‘dominar’ a quadra inteira não deixando as pessoas se aproximarem de determinados espaços”, complementa.
Dificuldades em atuar neste caso
O coordenador comenta que a dificuldade de atuarem nesses casos, está justamente em estarem no meio de um ‘fogo cruzado’ entre munícipes. “Nós acabamos ficando no meio do munícipe que está reclamando e o que está alimentando, porque ambos têm direitos e esse é o grande problema”, pondera.
Ele também aponta que há anos conversa com vereadores da cidade, sobre a necessidade da criação de uma lei municipal destinada aos cães comunitários. “Nós precisamos disso, porque a ideia principal de um cão comunitário é que ele seja dócil e as pessoas possam passar pela via sem o cão incomodar. Agora, aquele cão que corre atrás de ciclistas, já mordeu pessoas ou algo do gênero já não pode ser considerado um cão comunitário”, assegura.
Necessidade de um auxílio dos órgãos públicos e ONGs
O coordenador afirma que existe a necessidade de um auxílio dos órgãos públicos e também das Organizações não Governamentais que atuam na região. “Precisamos desenvolver um trabalho juntamente com essas instituições para que possamos achar um tutor para esses cães, porque eles precisam ser retirados da rua e levados a um destino correto”, diz.
Leandro acredita que é necessária uma legislação mais específica para os cães comunitárias. “Não adianta levar esses animais para o canil municipal, que atualmente é administrado pela Secretaria de Meio Ambiente, porque ele será um abrigo transitório. O cão irá ao local e, após ser castrado e recuperado, retorna ao local de onde foi coletado”, ressalta. “A gente precisa de uma legislação mais específica em relação aos cães comunitários, porque o munícipe que está alimentando irá se eximir de culpa enquanto o munícipe que está sendo atacado também reclamará que a pessoa está alimentando no local inadequado”, finaliza.
Confira a entrevista completa: