Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (17), a presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), Giorgia Bin Bochenek, e o diretor de comércio exterior, Jeymisson Bueno de Melo, contaram detalhes sobre a recente missão técnica da Associação que visitou Israel.
Ao longo de dez dias a comitiva fez uma série de visitas técnicas, assistiu a palestras e conheceu um pouco mais do país que é referência global em tecnologia e inovação. A missão técnica reuniu representantes da ACIPG, Prefeitura de Ponta Grossa, Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), Conselho de Desenvolvimento de Ponta Grossa (CDEPG), Sebrae e empresários locais e retornou a Ponta Grossa no dia 4 de abril. Em Israel, o grupo encontrou com institutos tecnológicos, empresas que são líderes no segmento de tecnologia e com empresários e lideranças do setor.
Giorgia comenta que Israel é um país menor do que o estado de Sergipe, no Brasil, possui pouco menos de 10 milhões de habitantes e se destaca mundialmente como um dos países com maior PIB em tecnologia e inovação. “Ficamos curiosos e fomos até lá para começar a entender um pouquinho dessa questão. No ano passado o Brasil exportou em soja, carne e commodities para lá, 300 milhões de dólares e sabe quanto importamos deles? 800 milhões de dólares. Qual o segredo? Serviço, tecnologia. Lá não tem petróleo, tem tecnologia. Lá está o Waze, Uber, todas as empresas de tecnologia estão lá dentro”, diz.
Como é um país pequeno e que vive em constante guerra, o governo investe muita tecnologia e conhecimento para sobrevivência. “Só que feito isso, quando começa a desenvolver, mesmo que seja para a área militar, você tem um ganho em outras áreas fantástico, tanto na agricultura, saúde, educação”, aponta.
Outra questão destacada pela presidente da Associação, é o aporte que o governo dá os empreendedores para que possam apostar em ideias inovadoras. “O governo aporta até 85% do seu projeto, quando surge a ideia já faz a patente e começa a trabalhar. Se der errado, ok, você não entra em nenhuma lista restritiva, se no mês seguinte você tiver outra ideia, e voltar a pedir para o governo, se ele achar interessante. Isso chama-se resiliência porque eles acreditam que errar faz parte do crescimento, amadurecimento. Se acontecer de se tornar um sucesso, tem que devolver o dinheiro para o governo, que é o valor emprestado corrigido”, explica.
Giorgia Bochenek ainda defende que o investimento em educação precisa ser sólido. “A UTFPR esteve conosco, eles já entraram em contato e já estão fazendo convênio com a universidade de lá e isso enriquece os alunos daqui da UTFPR, como lá. Isso é um ponto positivo. A Tônia Mansani esteve conosco, secretária de Inovação de PG, também já entrou em contato com a prefeitura de um município de lá, para fazer cidades irmãs, para que isso possa trazer conhecimento, troca entre as administrações, uma série de questões tecnológicas que a Prefeitura de lá utiliza em sua administração”, pontua.
Entre as novidades tecnológicas também está um drone para agricultura que faz diagnóstico por imagem, que identifica as áreas em que a plantação possui algum tipo de problema. Segundo Giorgia, a tecnologia deverá ser testada em Ponta Grossa, em breve. “Também visitamos uma criação de abelhas que eles têm um produto para aumentar a imunidade da abelha, com isso aumenta a fertilização, a abelha ajuda na questão da polinização”, diz.
“Também fomos recebidos pelo Ministro de Relações Exteriores de Israel, abriu as portas tanto para importação como exportação, nos mostrou os caminhos porque eles querem que a gente faça mais negócios”, pontua Jeymisson Bueno.
Ao ser questionado se o Brasil está atrasado em relação à Israel, Bueno declara que “não estamos atrasados, mas não estamos desenvolvendo. A tecnologia que eles desenvolvem, nós compramos. Muitas dessas tecnologias que estamos falando não são implementadas no próprio país deles, não serve para eles, no caso do drone para colheita de maçã, eles não têm lá, então eles vendem para fora”, completa.
Confira a entrevista completa: