Sérgio Luiz Gadini comentou sobre a greve dos professores da UEPG, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (16).
Gadini, professor de Jornalismo na Universidade Estadual de Ponta Grossa e presidente da Seção Sindical dos Docentes da UEPG (Sinduepg/Andes-SN), destaca o motivo que levou os docentes à aderirem à greve, que começou nesta segunda-feira (15) e deve continuar por tempo indeterminado. “Desde maio de 2016, a gente não tem reposição da inflação no salário. Nós não estamos pedindo aumento, mas de 2016 pra cá chegamos a 42% de defasagem”, afirma.
Ele comentou que seis das sete universidades estaduais do estado estão paralisadas e, na quarta-feira (17), uma assembleia na Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) irá definir se a instituição também deve aderir à greve.
Diálogo com líderes do Governo Estadual
Nesta quarta-feira (17), professores representantes das sete universidades estaduais do estado têm uma reunião marcada com o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Nelson Bona, para tentar avançar nas pautas que os fizeram aderir à greve. “A nossa expectativa é de uma greve rápida. Amanhã, grupos de colegas nossos, das sete universidades, estarão em Curitiba tentando abrir um diálogo e tentando buscar uma alternativa para que o Governo Estadual apresente concretamente uma proposta”, aponta.
Além do diálogo com o secretário, nesta quarta-feira (17) os professores também possuem conversa agendada com o presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado Hussein Bakri (PSD).
Reajuste do salário dos servidores
O governador Carlos Massa Ratinho Junior propôs um reajuste de 5,79% para servidores estaduais e de até 13,25% para professores. A proposta de autoria do Governo do Estado será enviada para análise de Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) por meio de um projeto de lei, que deve ocorrer em julho.
“Existe um intervalo de 3 meses até o projeto ser aprovado pela Alep, supondo que essa defasagem de 42% pode aumentar ainda mais. Essa foi a situação que levou os professores a aderirem à greve”, explica Gadini.
Concurso para professores
O Governo Estadual aprovou em dezembro de 2021 a ‘Lei Geral das Universidades’, Lei nº 20.933/2021, que dispõe sobre os parâmetros de financiamento das Universidades Públicas Estaduais do Paraná, estabelece critérios para a eficiência da gestão universitária e dá outros provimentos.
“Se pegar um intervalo de 20 anos pra cá, a gente percebe que a UEPG aumentou o número de cursos e atividades, como projeto de extensão, pesquisa e afins. Nós aumentamos o número de atividades e a oferta, e reduzimos o número de servidores. Hoje uma das principais carências das universidades é a falta de concurso público para servidores e professores”, afirma Gadini. O presidente do Sinduepg ainda destacou que, além da estrutura, o principal patrimônio de uma universidade pública são seus recursos humanos (servidores e os professores).
Confira a entrevista completa: