SEXTA-FEIRA 13—A Praça Barão de Guaraúna, localizada no coração de Ponta Grossa, guarda em seu subsolo uma parte fundamental da história local: ali funcionou, entre 1811 e 1890, o Cemitério São João, considerado a primeira necrópole urbana do município. Fundado ao lado de uma pequena capela dedicada a São João Batista, o cemitério foi criado para atender à necessidade de sepultamentos em local sagrado, conforme o costume da época de manter cemitérios próximos às igrejas.
Com o crescimento acelerado da cidade e a falta de espaço para novas sepulturas, os restos mortais foram transferidos para o atual Cemitério São José, inaugurado em 1881 em uma área mais afastada do centro. A capela original foi demolida e, em seu lugar, ergueu-se a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, conhecida como Igreja dos Polacos.
O antigo Cemitério São João ocupava uma área significativa, abrangendo parte da atual praça, a Avenida Machado e chegando até a Rua Balduíno Taques. Sua desativação foi marcada por disputas políticas e religiosas, já que a transferência dos sepultamentos para fora da área central contrariava interesses de parte da população e do clero local.
Hoje, a Praça Barão de Guaraúna é um espaço de convivência e memória, mas as histórias sobre o antigo cemitério ainda alimentam o imaginário popular. Prédios do entorno, como o Edifício Itapoã, são frequentemente associados a lendas urbanas e relatos de fenômenos misteriosos, reforçando o elo entre passado e presente no cotidiano ponta-grossense.