A psicóloga Dione Rute Henneberg esteve no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta quinta-feira (14) falando sobre a geração nem-nem, jovens ‘desocupados’ que não trabalham, nem estudam.
Leia os principais pontos da entrevista:
Recentemente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma pesquisa que mostra que um a cada cinco brasileiros, de 15 a 29 anos, não estuda, nem trabalha.
Dione conta que os fatores que levam a estes dados, são vários. Questões sociais e financeiras são as maiores causas, visto que a maioria do jovens são pretos ou pardos; de baixa renda e mulheres.
Em uma visão psicológica, Dione diz que um dos dispositivos emocionais que levam tantos jovens a este cenário “é um desânimo social, real e que toma conta hoje da humanidade; que é a desesperança diante das referências de adulto que nós temos”, declara a psicóloga.
“Não querem mais crescer, não querem mais assumir responsabilidades, porque os fatores dos adultos hoje, que nós estamos expressando para nossas crianças e adolescentes, é muito devastador, é muito negativo”, afirma Dione.
Problemas como política, segurança, questões ambientais são exemplos de assuntos que levam a geração a este desânimo pelo futuro. “Eles olham para esse mundo e falam ‘eu não quero, deixa eu ficar no meu mundo aqui”, relata a especialista. Dentro da psicologia, ela explica que chamam esta isenção das responsabilidades de ‘Síndrome de Peter Pan’, quando o indivíduo ‘não quer crescer’.
A psicóloga diz que esses jovens não tem ambição e afirma que isso está “em um inconsciente coletivo”, este desânimo com a sociedade sendo passado dos pais para os filhos.
Dione também enfatiza que, apesar de ainda não terem estudos que comprovem o fato, há indícios que a pandemia contribuiu para este desânimo nos jovens, visto que ficaram fechados em casa. A tecnologia também foi outro fator de contribuição, como redes sociais, jogos online e plataformas streaming. “Eles hibernaram”, assinala a psicóloga.
Confira a entrevista completa: