Domingo, 14 de Setembro de 2025

Relato de abuso mobiliza pais e gera protesto de professores em escola de PG

2025-08-25 às 10:18
Professores realizam mobilização em escola municipal de PG | Foto SindServ

Por Camila Souza

Após a repercussão de um caso envolvendo uma aluna de 7 anos de uma escola municipal do bairro Cará-Cará, em Ponta Grossa, professores da unidade realizaram, nesta segunda-feira (25), uma manifestação silenciosa em defesa da categoria. A mobilização ocorreu após a divulgação do caso em portais de notícias e redes sociais, que segundo os docentes, gerou uma onda de ameaças físicas e verbais contra os profissionais da escola.

O caso veio à tona na semana passada, quando a mãe da aluna procurou atendimento médico após a criança relatar dores e desconforto. Em consulta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Uvaranas, a menina contou que um colega de turma teria introduzido um lápis e o dedo em sua região íntima durante o horário de descanso na escola. A situação está sob investigação das autoridades e foi encaminhada ao Conselho Tutelar.

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Como resposta ao cenário de ataques, os professores protestaram com um atraso simbólico de 30 minutos no início das aulas. Eles permaneceram na parte interna da escola com cartazes contendo frases como “Fake News é crime”, “Educação acima de tudo”, “Abaixo às mídias irresponsáveis” e “Se sai 1, sai todos”.

Durante uma transmissão ao vivo (veja abaixo) realizada no local pela equipe do D’Ponta News, o professor Eliel Ferreira Padilha representante do Sindicato dos Servidores Municipais de Ponta Grossa (SindServ), destacou que o movimento não busca se opor à investigação dos fatos, mas sim defender a integridade dos profissionais da educação. “Aqui ninguém está dizendo se aconteceu ou não, mas estamos aqui para defender o trabalhador. Depois da reportagem que saiu em um portal da cidade, todos os profissionais da escola estão recebendo ameaças, tanto físicas quanto verbais nas redes sociais”, afirma.

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Ainda segundo o representante sindical, a repercussão negativa tem causado um ambiente de medo entre os profissionais. “São professores capacitados, dedicados, que trabalham com amor e carinho. Queremos respeito e que o lado dos educadores também seja ouvido. Que a investigação prossiga, mas que o julgamento não seja antecipado”, completa.

O ato desta segunda-feira seguiu pacífico e, segundo os organizadores, teve como objetivo chamar a atenção das autoridades e da sociedade para o impacto que a propagação de informações sem apuração adequada pode causar na vida dos profissionais da educação. Eles também alertaram que novas medidas poderão ser adotadas caso não haja providências concretas por parte do poder público.

Na última quinta-feira (21), pais de alunos também realizaram uma mobilização em frente à escola, cobrando respostas sobre o caso. A Secretaria Municipal de Educação informou que acompanha a situação e que equipes de assistência social estão em contato com as famílias envolvidas. O Conselho Tutelar e demais órgãos seguem atuando na apuração.