O programa ‘Manhã Total’ da Rádio Lagoa Dourada (FM 98.5) recebeu nesta terça-feira (22) o comandante do 4º Comando Regional de Polícia Militar (4º CRPM), tenente-coronel Luciano Cordeiro, e o comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM), tenente-coronel Sérgio do Prado Nabozny. Os dois oficiais compartilharam dados, experiências e perspectivas sobre a atuação da Polícia Militar na região e em todo o estado do Paraná.
O tenente-coronel Cordeiro assumiu o comando do 4º CRPM no dia 17 de março, sucedendo o coronel Taborda, que encerrou sua carreira após 35 anos de serviço e passou à reserva remunerada. Durante a entrevista, Cordeiro fez questão de reconhecer o trabalho de seu antecessor.
Edu Vaz/ D’Ponta News
“O coronel Taborda fez um trabalho de sucesso, considerando a complexidade da nossa área de cobertura”, afirmou. O tenente ainda citou a abrangência da corporação que se divide em seis unidades operacionais. “Temos o 1º Batalhão de Polícia Militar localizado em Ponta Grossa, o 26º Batalhão sediado em Telemaco Borba, o 16º Batalhão de Guarapuava e região e o 27º Batalhão em União da Vitória. Além de dois Batalhões Independentes em Laranjeiras do Sul e Irati”, explicou.
Dando continuidade ao legado deixado, Cordeiro reforçou o compromisso com a manutenção da segurança. “Quero continuar mantendo os níveis criminais abaixo da média dos últimos dez anos. Já estamos em um ranking a nível estadual e até nacional de baixos níveis”, destacou. Ele citou os dados do primeiro trimestre de 2025 somados ao mesmo período dos últimos dez anos. Guarapuava teve redução de 58% e Ponta Grossa 58,3%. “O Paraná como um todo está de parabéns”, pontuou.
Infraestrutura
Durante a entrevista, o comandante do 1º BPM, tenente-coronel Nabozny, reforçou os avanços em infraestrutura e apoio ao efetivo. “Tivemos muitos investimentos que asseguram o trabalho do policial. Coisas básicas como fardamento, armamento, alimentação e combustível não temos com o que nos preocupar”, disse. Ele ainda destacou “Temos pistolas de primeira geração, viaturas blindadas e semi-blindadas, todas novas. Estamos vivendo um excelente momento em questões de investimentos”, avaliou.
Complementando o relato, Cordeiro acrescentou. “Antigamente não tínhamos colete para todos e precisávamos trocar os coletes entre os colegas. Hoje temos um kit, cada um tem o seu”, contou.
Edu Vaz/ D’Ponta News
População mais ativa
Os comandantes também abordaram o papel da tecnologia e da população na fiscalização das ações policiais. Para Nabozny, a transparência é necessária. “Estamos evoluindo em conjunto com a população. Antigamente não havia celular que era possível transmitir uma abordagem da Polícia de maneira simultânea através de lives, e hoje isso é uma realidade”, afirmou.
Nabozny ainda complementou “Desde que não atrapalhe no quesito segurança, nós nunca vamos intervir na questão da pessoa estar filmando, isso é importante até mesmo para demonstrar a transparência de nossas ações. Quando a pessoa se coloca em uma situação que compromete a segurança da equipe, aí precisamos intervir em algum momento, seja inicialmente orientando que não pode filmar ou que deve filmar mais de longe. Contudo, algumas vezes as pessoas não entendem e às vezes há alguns embates”, citou.
Cordeiro, por sua vez, comentou sobre os desafios enfrentados quando há conflitos entre a população e os policiais. “Estamos sendo instruídos para essa nova realidade. Realmente há um cuidado a mais dos policiais. Temos câmeras na Rádio Patrulha justamente para rebater situações controversas que venham a surgir. No estado do Paraná estamos em período de teste, estamos avançando e vem para dar suporte”, disse.
Segurança em Ponta Grossa
Sobre a segurança em Ponta Grossa, Nabozny explicou como a cidade está coberta por patrulhamento em todas as regiões. “Nós temos um alcance em todos os bairros da cidade, com patrulhas distribuídas em pontos estratégicos para abranger aquela região. Trabalhamos com índices estatísticos e com informações da inteligência”. Ele deu um exemplo prático: “Está tendo uma incidência de furto em uma determinada região, então aplicamos mais segurança naquela região e em determinado horário”, informou.
O atendimento das chamadas pelo 190 também foi detalhado. “Temos viaturas estrategicamente divididas que em pouco tempo já chegam até o local para atender a ocorrência”, afirmou.
Encerrando a entrevista, Cordeiro apontou os principais focos de atuação. “Em linhas gerais temos de sete a nove crimes que são as nossas grandes preocupações, começando por homicídio e feminicídio. Contudo, para sabermos onde um homicídio vai acontecer, é praticamente impossível porque ele requer outros trabalhos de inteligência envolvidos e há alguns fatores determinantes”.
Ele reforçou a importância do planejamento e uso de dados. “Há uma linha de ação para cada tipo de crime e o que nos auxilia em ações e dados, são os boletins de ocorrência. É trabalho de inteligência e estatística”, finalizou Cordeiro.
Acompanhe a entrevista na íntegra
