Sábado, 19 de Abril de 2025

Servidores Municipais de Ponta Grossa aceitam proposta de reajuste salarial

Após anos de defasagem salarial, trabalhadores decidem os rumos da Campanha Salarial 2025 
2025-04-16 às 13:18
Divulgação

Na noite da última terça-feira (15), os servidores públicos municipais de Ponta Grossa definiram, em assembleia, os próximos passos da Campanha Salarial 2025, com foco no reajuste da data-base e no valor do vale-alimentação. A proposta escolhida pelos trabalhadores representa mais uma etapa de uma luta que já dura ao menos dez anos por valorização salarial no serviço público municipal.

A assembleia contou com a participação da categoria e foi precedida por semanas de mobilização e organização conduzidas pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ponta Grossa (SindServPG). Na reunião anterior, a categoria havia proposto 5% de reajuste na data-base e vale-alimentação no valor de R$650,00.

A proposta foi construída pela comissão eleita pelos próprios servidores, junto ao SindServ, no dia 9 de abril, e apresentada ao Governo Municipal. Em resposta, o Executivo apresentou duas contrapropostas.

Proposta 1: 2,5% de reajuste em maio + 2,5% de reajuste em outubro, com R$600,00 de vale-alimentação já a partir de abril.
Proposta 2: 3% de reajuste em maio, com R$650,00 de vale-alimentação também já em abril.

Durante a assembleia, o presidente do SindServPG, Luiz Eduardo Pleis, apresentou simulações detalhadas para diferentes faixas salariais, permitindo que cada servidor compreendesse os impactos financeiros das duas alternativas. Após os esclarecimentos e o debate, a Proposta Nº 1 foi a escolhida pela maioria dos trabalhadores.

De acordo com presidente do SindServ, Luiz Eduardo Pleis, o Sindicato fez o seu papel enquanto entidade representativa da categoria. “O Sindicato, mais uma vez, cumpriu seu papel enquanto entidade representativa, organizando os trabalhadores e apresentando de forma transparente todo o cenário econômico proposto pelo Governo Municipal. Isso foi feito em conjunto com a comissão de trabalhadores, eleita pelos próprios servidores nas assembleias anteriores. A decisão foi tomada democraticamente pelos servidores presentes. Havia também a opção de rejeitar as duas contrapropostas apresentadas pelo município. Reforçamos que a assembleia é soberana”, avaliou.

Luta pela valorização
Esse acordo é originário de uma jornada marcada por lutas da categoria. Conforme noticiado pelo D’Ponta News, ao longo dos últimos anos, os servidores municipais enfrentam uma década sem reajustes reais, sem considerar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A indignação da categoria se intensificou recentemente, quando a Câmara Municipal aprovou reajustes de até 78% em auxílios para médicos vinculados a programas federais, como moradia e alimentação.

Servidores municipais estão há mais de 10 anos sem reajustes reais, afirma sindicalista

Repercussão nas redes sociais
A decisão gerou debates nas redes sociais do sindicato. Alguns servidores expressaram apoio à mobilização, enquanto outros manifestaram frustração com as propostas do Executivo. Comentários como “Quem não foi pra lutar pelo aumento, que não reclame!” destacaram a importância da participação na assembleia. Já frases como “Que descaso desse governo!” e “Ridículo, esmola sem comentários” evidenciaram a insatisfação de parte da categoria com os valores apresentados e com a condução das negociações por parte da Prefeitura.

Entre os comentários, uma seguidora também questionou se os professores seriam contemplados com o mesmo reajuste aprovado na assembleia, ou se a atualização seria válida apenas para outras funções públicas. Questionamos o SindServ sobre essa questão e obtivemos o seguinte posicionamento:

“Em janeiro, os professores receberam um reajuste salarial de 6,27%, que foi o reajuste do piso nacional. De acordo com o que foi definido, a data-base só resultaria em novo reajuste caso o percentual aprovado fosse superior a esse valor.

Com o reajuste do piso nacional do magistério em janeiro, o governo teria a obrigatoriedade de aplicar o aumento apenas para os profissionais do Nível A, que são os únicos enquadrados no valor do novo piso. No entanto, graças à atuação do sindicato, foi incluído na lei que o reajuste seria estendido a todos os professores, respeitando os diferentes níveis e referências.

O governo poderia ter aplicado apenas 5,34%, que era a diferença entre o salário do Nível A pago em Ponta Grossa e o novo piso nacional. Porém, após reunião entre o sindicato e o governo no dia 02/01, foi garantido o reajuste integral de 6,27% para toda a categoria.

Como o percentual aprovado em assembleia para a data-base foi de 5% valor inferior ao reajuste do piso, os professores permanecerão com o reajuste de 6,27%. Já o reajuste do vale-alimentação, também aprovado em assembleia no valor de R$ 600,00, será concedido a todos”, finalizou a nota.

Por Camila Souza.