Sexta-feira, 09 de Maio de 2025

Servidores municipais estão há mais de 10 anos sem reajustes reais, afirma sindicalista

Servidores cobram mais reconhecimento e equidade nos reajustes, em meio à aprovação de aumentos para outras categorias
2025-04-04 às 11:35
Foto: SindServ/Reprodução

Os servidores municipais de Ponta Grossa estão insatisfeitos após não receberem resposta da Prefeitura aos pedidos de reajustes de 10% na data-base e 100% no vale-alimentação, que equivale a um aumento de R$ 900. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ponta Grossa (SindServ) encaminhou ao Executivo, na última semana, a proposta da classe, discutida em assembleia. No entanto, até o momento, não houve retorno quanto às solicitações.

O presidente do Sindicato, Luiz Eduardo Pleis, concedeu uma entrevista à equipe de jornalismo do D’Ponta News e explicou que a falta de resposta tem gerado frustração entre os servidores, que se sentem desvalorizados diante dos aumentos concedidos a outras categorias.

Reajuste para os Médicos
Na última quarta-feira (2), a Câmara Municipal de Ponta Grossa aprovou, em regime de urgência, o Projeto de Lei 056/2025, que concede reajustes nos benefícios de médicos vinculados a programas federais. O auxílio-moradia, por exemplo, será reajustado em 78%, passando de R$ 1.500 para R$ 2.681,07, e o vale-alimentação também terá um aumento de 78%, subindo de R$ 500 para R$ 893,69. Além disso, a Prefeitura passará a oferecer um auxílio-transporte para os médicos, dependendo da localidade em que trabalham.

Conforme expôs Pleis, as propostas de reajustes oferecidas pela Prefeitura nos últimos anos para a classe de servidores estão abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência utilizada para corrigir valores monetários ou reajustar contratos. “Isso significa que há mais de 10 anos os mais de 8 mil servidores estão sem reajuste real”, lamenta o sindicalista.

SindServ


Desigualdade de Remuneração
A discrepância de remuneração entre as categorias também é uma preocupação entre os servidores. “Existem algumas categorias de trabalhadores que recebem apenas o valor de salário mínimo dentro do município. Se compararmos com outros municípios do mesmo porte, Ponta Grossa está abaixo do reconhecimento ideal”, afirmou.

Em contraste com as dificuldades enfrentadas pelos servidores efetivos, Pleis também mencionou que os trabalhadores enfrentam a justificativa do Tribunal de Contas do Estado, que aponta o limite prudencial e um orçamento que não comporta um reajuste digno para a categoria. “Sempre que as negociações para nossa campanha salarial começam, surgem obstáculos como o limite prudencial, vem o orçamento que não comporta tal reajuste, enfim, sempre há um obstáculo que impede este reconhecimento”, disse Pleis.

Apoio
Enquanto isso, os servidores recebem apoio da população através das redes sociais. Em uma publicação no perfil do Sindicato no Instagram, Luiz deixou claro que os trabalhadores do município devem se unir na causa da valorização. “Não somos contrários a reajustes e valorização das demais categorias. Pelo contrário, lutamos juntos para que todos recebam de forma igualitária a valorização já”, afirmou na publicação.

Em outra postagem, onde cita que a assembleia se reuniu e definiu a campanha salarial 2025, a expectativa dos internautas e servidores pela ação do sindicato foi grande. “Mais do que justo para nós servidores!”, avaliou uma seguidora. Já outra servidora comentou sua insatisfação com o governo, alegando que as propostas nunca são aceitas. “Seria ótimo, mas sabemos que o governo nunca aceita a proposta e sempre reduz os valores colocados na pauta!”, afirmou.

Posicionamento da Prefeitura
A equipe de jornalismo entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa para questionar o motivo pelo qual os servidores não obtiveram resposta do Executivo quanto à proposta salarial de 2025 e se há a pretensão de discutir com a classe alguma proposta de reajuste. Em resposta, obtivemos o seguinte posicionamento “A Prefeitura de Ponta Grossa e o Sindicato dos Servidores estão em tratativas constantes e, assim que haja uma definição sobre o assunto, a mesma será comunicada”, finalizou a nota.

Em relação às alegações dos servidores de que, nos últimos anos, a Prefeitura tem apresentado propostas de reajustes abaixo da inflação e que, com isso, estão há mais de 10 anos sem reajuste real, o Executivo não se pronunciou.

Por Camila Souza.