O médico e vereador de Ponta Grossa, Dr. Erick Camargo, usou as suas redes sociais para questionar o serviço terceirizado da saúde e comentou sobre o óbito de uma criança de apenas dois anos de idade, ocorrido na manhã desta sexta-feira (02) no município. Através de seu Instagram, o vereador citou serviços de saúde do município que teriam prestado atendimento à esse bebê, o qual veio a óbito. Diante das declarações, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Paula, emitiu uma nota oficial para esclarecer os fatos e rebater as alegações.
UPA nega falhas e esclarece informações
Segundo nota emitida pela UPA Santa Paula, administrada pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), as informações que circularam nas redes sociais são falsas. A instituição esclareceu que o óbito da criança não ocorreu nas dependências da UPA, como foi inicialmente sugerido, e reforçou que o paciente recebeu atendimento imediato ao dar entrada na unidade na noite de 1º de maio. Veja a nota encaminhada a equipe de reportagem do D’Ponta News:
“A UPA Santa Paula, por meio do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), vem a público esclarecer informações falsas que têm circulado nas redes sociais na manhã desta sexta-feira, 2 de maio, acerca do falecimento de uma criança de 2 anos, sugerindo, de forma equivocada, que o óbito teria ocorrido na unidade e por suposta ineficiência no atendimento. Esclarecemos que tal informação é inverídica.
O paciente deu entrada por procura direta na UPA Santa Paula na noite de 1º de maio, apresentando quadro clínico grave. A criança foi imediatamente atendida pela equipe multiprofissional na sala de emergência e, após estabilização inicial, foi transferida pelo SAMU para o HUMAI-UEPG, às 23h. Lamentavelmente, o óbito da criança ocorreu na manhã desta sexta-feira, 2 de maio, já no referido hospital”
A nota ainda segue manifestando solidariedade à família da criança e reafirma o compromisso com a ética, alegando que a qualidade de assistência foi prestada. Ademais, a instituição repudia a propagação de informações errôneas.
“O Instituto acredita que o debate sobre políticas públicas deve ser feito com base em dados, seriedade e responsabilidade, e não mediante o uso de tragédias para desinformar a população. Dessa forma, a instituição repudia veementemente a disseminação de informações falsas que, além de desrespeitarem a memória da criança e o sofrimento dos familiares, tentam descredibilizar o trabalho sério e comprometido de profissionais de saúde que atendem, mensalmente, mais de 15 mil pacientes nas duas unidades.
Por fim, o INDSH informa que buscará medidas legais cabíveis para responsabilizar os autores da propagação de conteúdos falsos e da exposição indevida de dados sensíveis de pacientes” , finalizou a nota.
A causa da morte da criança, conforme informações da UPA, foi meningococcemia. Essa condição se trata de uma infecção bacteriana grave que pode causar meningite, septicemia e falência múltipla de órgãos, podendo levar ao óbito. A doença é responsável por milhares de mortes anuais no mundo, especialmente entre crianças e adolescentes em países subdesenvolvidos.
Sepultamento da criança ocorre neste sábado
De acordo com o Serviço Funerário Municipal, o bebê de dois anos faleceu no Hospital Universitário Materno Infantil (HUMAI-UEPG) de Ponta Grossa. O velório ocorre na Capela do Luto Santana, e o sepultamento está marcado para sábado (03), às 11h, no Cemitério Parque Jardim Paraíso.
Posicionamento do vereador
Procurado pela equipe de jornalismo, o vereador Dr. Erick Camargo explicou que, ao receber a notícia do falecimento, ficou indignado. Além disso, ele afirmou que de fato, mencionou a UPA em sua publicação, contudo, percebeu que a situação era mais séria.
“Assim que recebi a informação do falecimento, fiquei indignado e citei a UPA em minha publicação. Mas depois vim saber que a situação foi bem pior do que eu imaginava. Além de passar pela UPA, a criança também passou pelo pelo pelo Centro de Atenção a Criança (CAC), até chegar no HUMAI, o que é muito grave. Se a criança morreu na UPA , ou no caminho até o HUMAI ou no hospital, não interessa. O que interessa é que perdemos mais uma vida por falha no atual modelo de gestão”, disse.
Por Camila Souza.