Sexta-feira, 30 de Maio de 2025

UPAs de Ponta Grossa superam média de atendimentos do antigo Pronto Socorro

Unidades de Pronto Atendimento Santa Paula, Santana e Uvaranas, juntas, oferecem maior capacidade mensal do que o antigo Pronto Socorro Municipal
2025-05-28 às 19:04
Reprodução

A abertura da nova UPA Uvaranas, em Ponta Grossa, deve ampliar ainda mais a capacidade de atendimento de urgência e emergência na cidade. Segundo dados recentes solicitados pelo D’Ponta News, a UPA Santa Paula realiza cerca de 10 mil atendimentos por mês enquanto a UPA Santana atende, em média, 7 mil pessoas mensalmente. Com a previsão de que a UPA Uvaranas atenda aproximadamente 6 mil pacientes por mês, a soma das três unidades chega a uma média de 23 mil atendimentos mensais.

Esse número representa um avanço significativo em relação à média de atendimentos do antigo Pronto Socorro Municipal, que era de cerca de 10 mil pessoas por mês antes do fechamento, conforme o prefeito da época. Ou seja, a capacidade atual das UPAs é mais do que o dobro do que era oferecido anteriormente pelo Pronto Socorro.

A descentralização do atendimento, com três unidades de pronto atendimento distribuídas em diferentes regiões da cidade, busca não apenas ampliar o acesso, mas também reduzir o tempo de espera e melhorar a qualidade do serviço prestado à população. A UPA Santa Paula, por exemplo, já registrou redução no tempo de espera após ampliação da equipe médica e implantação de novos protocolos.

Fechamento do Pronto Socorro

O Pronto Socorro Municipal Dr. Amadeu Puppi encerrou suas atividades em clima de apreensão e críticas, marcando o fim de uma era no atendimento de urgência e emergência da cidade. O fechamento foi determinado pelo Governo do Paraná em conjunto com a Vigilância Sanitária, que apontou a necessidade urgente de reformas estruturais, incluindo reparos no telhado, parte hidráulica e elétrica, para garantir a segurança de pacientes e profissionais.

Imagem do Pronto Socorro ainda em 2012 | Reprodução: Google Maps

Nos últimos dias de funcionamento, a unidade operava com dificuldades, enfrentando falta de médicos, equipe terceirizada e estrutura precária. Mesmo assim, continuava sendo referência para casos de internação e cirurgias de baixa e média complexidade, atendendo cerca de 10 mil pessoas por mês. Antes da interdição definitiva, a prefeitura iniciou o esvaziamento gradual do hospital, transferindo pacientes para instituições conveniadas ao Estado e reorganizando a rede de saúde para absorver a demanda.

A decisão de fechar o Pronto Socorro provocou críticas de parte da população e de profissionais da área, que apontaram falhas na gestão e falta de investimentos, especialmente após dois anos de pandemia com recursos extras para a saúde. O temor era de sobrecarga nas UPAs e hospitais da cidade, além de aumento no tempo de espera para atendimento de casos menos graves, que passaram a disputar leitos com pacientes de maior complexidade.

O antigo prédio do Pronto Socorro

Após o fechamento do Pronto Socorro, a Prefeitura de Ponta Grossa repassou o prédio para a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), consolidando a transferência da responsabilidade para o Governo do Estado. A decisão foi fundamentada pelo entendimento de que a gestão de hospitais e serviços de maior complexidade cabe ao Estado, enquanto o município deve priorizar o atendimento básico e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

O antigo hospital foi transformado em Ambulatório Universitário da UEPG, passando a oferecer consultas de especialidades, exames e procedimentos de baixa complexidade. O prédio, que estava fechado há cerca de um ano e meio, passou por reformas em etapas para adequar sua estrutura ao novo perfil assistencial. As obras incluem a criação de consultórios, áreas de triagem, clínica de reabilitação e, em fases posteriores, a recuperação do centro cirúrgico e instalações administrativas e acadêmicas.

A prefeita Elizabeth Schmidt destacou, ainda na época, que a medida visou devolver ao Estado uma responsabilidade que não era do município, permitindo que a prefeitura focasse em ampliar e qualificar o atendimento nas UPAs e Unidades Básicas de Saúde. A decisão foi acompanhada por reuniões técnicas entre a prefeitura, a Secretaria de Estado da Saúde e a UEPG para definir o novo perfil do prédio e as adaptações necessárias.

Criticas no fechamento da unidade

O fechamento do Pronto Socorro Municipal, embora tenha gerado críticas e preocupações sobre a sobrecarga das UPAs e hospitais, foi acompanhado de investimentos em outras frentes da saúde pública, como a construção da UPA Uvaranas e a reestruturação das Unidades Básicas de Saúde. A expectativa é que, com a nova configuração, Ponta Grossa consiga oferecer um atendimento mais eficiente e humanizado, distribuindo melhor a demanda e reduzindo episódios de superlotação.