Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (03), o médico ginecologista do Centro Hospitalar São Camilo, Dr. Gilmar Alves Nascimento, falou sobre a importância da prática de exercícios físicos e o câncer de ovário.
Importância da prática de atividades físicas
O Dr. Gilmar assegura que é muito importante as pessoas praticarem atividades físicas para que tenham uma maior qualidade de vida no presente e também no futuro.
“A atividade física praticada hoje é uma reserva que você está fazendo para o seu futuro. Esse processo faz parte do cuidado que devemos ter com nós mesmos e também com as pessoas que queremos bem. Como vamos cuidar do próximo se não cuidarmos de nós mesmos?”, questiona. “A nossa função não é somente exercer a atividade profissional em si, mas sempre que possível passar informações que sejam benéficas para as pessoas”, complementa.
Terapia hormonal
O ginecologista aponta que a terapia hormonal é um tratamento eficaz para que as mulheres consigam aliviar sintomas comuns, que normalmente acompanham a menopausa. “De uma forma resumida, a reposição hormonal seria ‘faltou isso, eu reponho isso’. Enquanto a terapia hormonal é um tratamento que realiza de um forma minimamente comprometedora aquilo que irá ajudar a paciente para o resto da sua vida, ou seja, é o mínimo necessário para que exista uma evolução nesse sentido”, destaca. “Na terapia hormonal, você faz o tratamento de uma forma individualizada com a sua paciente observando quais são todas as suas variáveis”, complementa.
Miomatose uterina
O especialista aponta que aproximadamente 1/3 das mulheres, que possuem uma vida saudável, podem apresentar miomatose uterina no decorrer de suas vidas. Miomas são tumores uterinos benignos formados por tecido muscular. Acometem as mulheres principalmente na fase reprodutiva da vida, isto é, na fase em que menstruam e podem engravidar. A causa é desconhecida, mas sabe-se que seu crescimento depende de fatores hormonais, diminuindo de tamanho após a menopausa.
“Existe uma predisposição genética de mulheres que possuem um histórico familiar que tiveram esses miomas, ou seja, existe um aumento de probabilidade que também tenham. O mioma não é um câncer, mas uma neoplasia. A partir disso ela pode ser benigna ou maligna”, explica. “A miomatose é basicamente uma alteração estrutural do tecido miometrial. Esses nódulos podem se formar em várias localizações do útero, então o mioma pode ser intramural, subseroso ou submucoso e cada um deles possui uma forma de intervenção diferente”, acrescenta.
Câncer de ovário
O câncer de ovário é uma doença que costuma passar desapercebida até que se espalhe na pelve e na barriga. Quando chega nesse último estágio, ela é mais difícil de tratar e pode até mesmo ser fatal para a paciente. Normalmente, o câncer de ovário não tem sintomas nos seus estágios iniciais e os estágios posteriores trazem alguns sintomas que podem ser inespecíficos, como a perda de apetite e de peso. A cirurgia e a quimioterapia são os procedimentos normalmente utilizados para o tratamento dessa doença.
O especialista pontua que existem alguns sintomas para essa doença, que podem servir como um sinal de alerta para as pacientes. “No período da pós-menopausa, quando aquela paciente, que já parou de menstruar há mais de dois anos, tem um sangramento uterino anormal é algo que exige uma investigação de um profissional. É necessário observar se é uma hiperplasia endometrial, hipotrofia ou se tem um tumor anexial que está produzindo estrogênio”, ressalta. “Um dos diagnósticos diferenciais seriam tumores funcionantes, mas isso não significa que se a paciente menstruar pós-menopausa ela está com câncer. São alguns sintomas que devem ser investigados por um profissional”, finaliza.
Confira a entrevista completa: