Após 38 dias internado, o Papa Francisco recebeu alta neste domingo (23). Antes, o pontífice apareceu na sacada do hospital e acenou para os fiéis.
“Obrigado a todos!”
Essas foram as palavras do Papa ao saudar os fiéis e turistas que foram ao Hospital Gemelli onde ele estava internado desde o dia 14 de fevereiro para tratar uma pneumonia.
Segundo o Vaticano, o Papa chegou a reconhecer uma fiel, chamada Carmela, no meio da multidão, para entregar a ele um buquê de rosas. Todas as quartas, ela participa da audiência Geral. “Vejo essa senhora com as flores amarelas. É uma boa pessoa”, disse ele, da sacada do 5º andar do Hospital Gemelli. O Papa esteve internado no 10º andar da instituição.
Durante o anúncio da alta feito no sábado, os médicos Sergio Alfieri e Luigi Carbone alertam que o Papa estava mais magro, mas Francisco apareceu bem, com um semblante sereno, acenando para os fiéis com o sinal de “joia” com o polegar em riste. E concedeu a bênção somente com as mãos.
Logo em seguida, o Papa deixou o hospital rumo ao Vaticano. Durante o trajeto, fez uma parada na Basílica de Santa Maria Maior para rezar diante do ícone da Salus Popoli Romani, agradecer por sua recuperação.
Ontem, a equipe médica que acompanha o papa informou que ele teria alta neste domingo, mas deveria continuar a recuperação com fisioterapia e acompanhamento médico.
“Segundo a equipe médica, trata-se de uma ‘alta protegida’, o que significa que a recuperação exigirá fisioterapia respiratória e motora, além de suporte diário com oxigênio e acompanhamento médico. A voz do Pontífice deverá retornar gradualmente, conforme esperado nesses casos”, disse o Vaticano.
Como vinha ocorrendo desde a internação, a Sala de Imprensa do Vaticano publicou a mensagem preparada pelo Papa Francisco para o Angelus deste domingo (23), com a mensagem referente ao Evangelho do 3º domingo da Quaresma:
“Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
A parábola que encontramos no Evangelho de hoje nos fala da paciência de Deus, que nos exorta a fazer de nossa vida um tempo de conversão. Jesus usa a imagem de uma figueira estéril, que não produziu os frutos esperados e que, no entanto, o agricultor não quer cortar: deseja adubá-la mais uma vez para ver ‘se dará fruto no futuro’ (Lc 13,9). Esse agricultor paciente é o Senhor, que trabalha com zelo o terreno de nossa vida e aguarda confiante o nosso retorno a Ele.”
Na mensagem, Francisco também fala de sua própria saúde: “Neste longo período de recuperação, tive a oportunidade de experimentar a paciência do Senhor, que vejo também refletida na dedicação incansável dos médicos e dos profissionais da saúde, assim como nos cuidados e nas esperanças dos familiares dos doentes. Essa paciência confiante, ancorada no amor de Deus que nunca falha, é verdadeiramente necessária à nossa vida, especialmente para enfrentar as situações mais difíceis e dolorosas.”
O Pontífice expressou, ainda, preocupação com as guerras no Oriente Médio e celebrou o texto definitivo do Acordo de Paz entre Armênia e Azerbaijão. ”
Entristece-me a retomada dos pesados bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, com tantas mortes e feridos. Peço que as armas se calem imediatamente e que se tenha a coragem de retomar o diálogo, para que todos os reféns sejam libertados e se alcance um cessar-fogo definitivo. Na Faixa de Gaza, a situação humanitária é novamente gravíssima e exige o compromisso urgente das partes beligerantes e da comunidade internacional.
Alegra-me, por outro lado, que a Armênia e o Azerbaijão tenham acordado o texto definitivo do Acordo de Paz. Espero que seja assinado o quanto antes e possa, assim, contribuir para estabelecer uma paz duradoura no sul do Cáucaso.
Com tanta paciência e perseverança, vocês continuam a rezar por mim: agradeço-lhes muito! Eu também rezo por vocês. E juntos imploramos pelo fim das guerras e pela paz, especialmente na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel, no Líbano, em Mianmar, no Sudão e na República Democrática do Congo”, discursa o Papa no texto.
Com informações da Agência Brasil e Vatican News