Sábado, 03 de Maio de 2025

Silas Malafaia critica missionário Miguel Oliveira: “Isso daí é uma farsa”

2025-05-02 às 11:29
Foto: Reprodução e arquivo Agência Brasil

A crescente notoriedade do jovem Miguel Oliveira, de 15 anos, conhecido nas redes sociais como “pastor mirim”, tem gerado debates dentro e fora do meio evangélico. Após vídeos de suas pregações viralizarem na internet, autoridades e líderes religiosos passaram a se manifestar sobre sua atuação, incluindo o pastor Silas Malafaia, figura influente no segmento evangélico.

Em declarações à coluna do jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, Malafaia elogiou a inteligência do adolescente, mas questionou a autenticidade de suas manifestações religiosas. “Sou um pastor pentecostal. Creio nos dons espirituais. Mas Miguel Oliveira é um menino que tem gente manipulando por trás. Um garoto inteligente, que tem capacidade de imitação, mas o que ele faz não é espiritual. Isso aí ele aprendeu com gente mais velha, de ver gente mais velha fazer. E tá repetindo porque é um garoto de inteligência aguçada. É só ver para comprovar o que estou falando”, afirmou.

Ainda segundo Cappelli, Malafaia reforçou seu posicionamento: “Isso daí não é poder de Deus, não é unção do Espírito Santo. Isso daí é uma farsa. Lamento dizer e tenho até pena desse menino. É um garoto inteligente. Tem uma inteligência aguçada para a idade dele, mas está sendo usado para o mal, para enganar pessoas”.

Paralelamente às críticas, medidas legais passaram a ser adotadas. O Conselho Tutelar determinou a suspensão das atividades religiosas de Miguel em igrejas, além de limitar sua presença nas redes sociais. A decisão foi tomada após reunião com os pais do adolescente, Erica e Marcelo, e o pastor Marcinho Silva, líder da Assembleia de Deus Avivamento Profético, onde o jovem costuma pregar.

A medida prevê o cancelamento de todos os compromissos religiosos e a desativação temporária de seu perfil no Instagram, que soma cerca de 1 milhão de seguidores. Miguel também deverá interromper o ensino a distância e retomar as aulas presenciais.

As decisões foram motivadas por uma série de episódios controversos envolvendo o adolescente. Em um dos vídeos mais repercutidos, Miguel aparece rasgando exames médicos de uma mulher durante um culto, enquanto declara: “Eu rasgo o câncer, eu filtro o seu sangue e eu curo a leucemia”.

Em razão da repercussão negativa e das ameaças recebidas, os pais de Miguel procuraram o Ministério Público de São Paulo (MPSP), que, por meio da Promotoria da Infância e da Juventude, passou a acompanhar o caso com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Miguel Oliveira alega ter passado por uma cura milagrosa aos três anos de idade, após nascer com sérias limitações auditivas e vocais. Desde então, afirma ter recebido uma missão espiritual e passou a se apresentar como pregador em diversos cultos e eventos religiosos.