Domingo, 24 de Novembro de 2024

Cães adestrados aproveitam mais a família e são mais felizes, diz adestrador de PG

2024-11-03 às 14:22

por Edilson Kernicki

A profusão de ambientes que aceitam animais de estimação e o número cada vez maior de pessoas que convivem com pets geraram a necessidade de adequar o comportamento dos bichinhos para evitar conflitos com a vizinhança, outros animais e os próprios tutores. Mais do que ensinar truques e habilidades, o adestramento contribui para melhorar a qualidade de vida dos pets e a sua convivência com todos os seres.

Wagner de Souza (foto), especialista em adestramento e comportamento de cães, afirma que o animal adestrado aproveita mais a família e é mais feliz. “Ele pode acompanhar a família em lugares com outras pessoas, com barulhos, estímulos variados, viajar com a família, ter mais contato com outras pessoas, ou seja, participar mais do dia a dia da família”, afirma ele, que é proprietário da Escola Canina Pet Life.

Há adestradores que atendem na casa do cliente e há os que adotam o regime de internato, em que o cão fica em um centro de treinamento. Wagner aplica o adestramento presencial, com consultoria comportamental, para que a família entenda o que está acontecendo com o cachorro, e também o regime de internato. Ele personaliza o atendimento conforme a necessidade de cada cão. “Trabalho o indivíduo canino em si, estudando vários comportamentos e emoções, para que assim consiga ajudar tanto ele quanto a sua família”, explica.

Cada caso é avaliado individualmente, e o treinamento pode variar de seis meses a um ano. Na consultoria, o adestrador entende o comportamento do cão e a rotina da família para então definir a metodologia. Em geral, são cães que nunca passaram por adestramento e precisam aprender comandos básicos de obediência, desde o controle perante estímulos externos até fazer as necessidades fisiológicas no lugar certo, por exemplo. “Vai depender muito do que preciso trabalhar com o cão, pois existem cães que têm desvios comportamentais, que com um ‘senta’, ‘deita’ e ‘fica’ não resolve. É necessário trabalhar primeiro os desvios comportamentais para depois inserir comandos de obediência”, detalha.

O bom resultado exige também que o tutor dê continuidade ao treinamento, pois o animal pode voltar a apresentar os comportamentos de antes – ou até piores. “O adestramento envolve o adestrador, cão e tutores. Se um desses não fizer a sua parte, haverá um desfalque no comportamento do cachorro”, alerta Wagner, que ultimamente tem lidado com muitos casos de dependência emocional, agressividade e insegurança. Na pandemia, os pets se acostumaram a ter a companhia constante de seus tutores e a retomada da rotina os fez voltar a ficar sozinhos durante o expediente de seus donos.

Conteúdo publicado originalmente na Revista D’Ponta #303