Famoso graças a séries coreanas e japonesas, o ramen pode ser consumido em Ponta Grossa em sua fórmula mais autêntica
por Edilson Kernicki
Popularizado mundialmente pelas séries coreanas e japonesas, o ramen (ou lamen) é uma das especialidades do chef ponta-grossense Juliano Komay (foto), do restaurante Sukiyaki Cozinha Oriental, onde o prato é servido às quintas-feiras. Certificado pela All Japan Sushi Association e um dos representantes da Nagoya Sushi School, o chef tem ministrado cursos de ramen Brasil afora. “Acredito que o público vê bastante essas séries e novelas e fica vontade de provar o ramen”, justifica.
Segundo Komay, não há ingredientes que componham o prato, mas os elementos que devem estar numa tigela de ramen são os seguintes: caldo, massa, óleo essencial, tarê (que dá o tempero ao prato) e acompanhamentos (o naruto, uma espécie de “linguiça” de peixe, cortada em fatias; o ajitama, ovo cozido e marinado; e o chashu, barriga de porco enrolada). “Esses elementos têm de estar num ramen, mas não são necessariamente ingredientes. Para os ingredientes, podemos usar sazonalidade, o que temos mais acesso ou mais facilidade para encontrar”, explica.
O preparo da receita é demorado e pode levar até 24 horas. A barriga de porco, por exemplo, precisa ser cozida e refrigerada para então ser fatiada. O ajitama é cozido um dia antes e passa horas marinando para obter a cor característica. Os caldos também têm longo preparo, especialmente o de porco. “Fica 24 horas cozinhando, para que todo o colágeno que está presente na proteína da carne se dissolva e se transforme em gelatina. Esse caldo fica mais untuoso, muito mais rico em sabores. É por isso que o ramen leva mais tempo para ficar pronto”, detalha.
Essência
Diferente do que muitas pensam, o ramen é um prato original da China, onde se chama “lamian”, que os japoneses aprenderam a preparar durante a guerra e que aperfeiçoaram ao voltar para casa. “Na minha visão, o ramen não é o prato que melhor representa a gastronomia japonesa, mas talvez seja o prato que melhor mostra a técnica japonesa, o esforço do povo para aperfeiçoar um prato que não é necessariamente japonês. O ramen representa mais a essência da culinária japonesa”, opina.
Sucesso local
Em Ponta Grossa, as Noites do Ramen, às quintas, no Sukiyaki, têm feito enorme sucesso. Devido ao preparo demorado, é servido num único dia da semana. “É um prato muito requisitado. Muita gente curiosa, com vontade de conhecer o prato, acaba indo para o restaurante. Acredito que eu seja o único na cidade a preparar esse prato hoje”, conclui.
Conteúdo publicado originalmente na Revista D’Ponta #304