Ninguém melhor para observar uma cidade do que um fotógrafo. Levando isso em consideração, convidamos alguns dos mais importantes fotógrafos de Ponta Grossa a compartilharem a sua visão da Princesa dos Campos. O critério? Que não fosse nada óbvio. O resultado você vê – ou melhor: contempla – logo a seguir
Por Rafael Guedes
CLEBERT GUSTAVO PEREIRA
“Não são os mosaicos de Burle Marx que margeiam Copacabana nem as calçadas do Ipiranga, mas encantam tanto quanto aquelas, compondo um cenário impetuoso que, de tão belo, é majestoso. Essas são as lindas calçadas portuguesas da nossa Princesa dos Campos. Logo ao lado, a estação, carinhosamente chamada Saudade, entre tantas idas e vindas, hoje preserva a nossa história e deixa um marco em nossa cidade”
HENRY MILLEO
“Esta foto faz parte de uma série que eu faço fotografando esse canto da cidade. Eu fotografo no nascer do sol, no surgimento da lua e nas estações de luz mais quente e de luz mais fria. É a visão da janela do meu apartamento, que fica na região da Catedral de Santana. A mesma vista que os primeiros habitantes tinham quando aqui chegaram. Para mim, Ponta Grossa é essa vista. Uma paisagem que se revela na neblina dos Campos Gerais, mostrando a terra dobrada da região”
GABRIEL RAMOS DE LIMA
“Escolhi esta foto porque o Calçadão de Ponta Grossa, no período da noite, é associado a muitas coisas, mas a beleza não costuma ser uma delas. No entanto, com a chuva e a forte luz amarela dos postes, temos uma cena muito bonita. Além disso, vemos um contraste interessante com o rapaz da coleta, profissionais que não podem parar de trabalhar, independente da condição climática ou se o mundo está passando por uma pandemia, como foi o caso à época”
RODRIGO COVOLAN
“Esta imagem aponta para um alinhamento de esforços em prol da evolução urbana da cidade. O alto contraste proposital da fotografia mostra trabalhadores da construção civil desenhados por sombras duras e gera reflexões fortes sobre o alto preço que se paga pelo progresso”
EVERSON CHUEIRI
“A Maria Fumaça, símbolo de progresso, tornou-se patrimônio municipal, evidenciando a importância da ferrovia e dos operários para o desenvolvimento da cidade. Inspirado nos olhares, habilidades e contribuições de cada pessoa que compõe esses 200 anos de história de Ponta Grossa, eu utilizei a técnica HDR [mescla de imagens contendo diferentes tempos de exposição] para fazer uma singela homenagem à aniversariante bicentenária”
JOSÉ TRAMONTIN
“A história de Ponta Grossa passa pelo Ponto Azul e pelas diferentes gerações que circularam por esse tradicional lugar no Centro da cidade. Numa tarde de abril de 2016, um senhor tomava a sua cerveja enquanto assistia ao movimento no local. A cidade se reinventou, assim como o Ponto Azul, que permanece na vida dos ponta-grossenses desde 1950”
LAERTES SOARES
“A minha contribuição será a imagem que eu fiz da capela Santa Bárbara, onde sempre encontro uma grande paz e onde realizei o registro do meu primeiro casamento ao ar livre. Por esses motivos ela se tornou muito especial para mim”
ADRI SILVA
“O céu desenhado de sombra, luz e nuvens resplandece Ponta Grossa em ascensão. Daqui de casa, entre prédios que se elevam como testemunhas do tempo, a metamorfose urbana é evidente. A cidade fica cada dia mais acesa. A estética de cidade pequena, outrora dominante, cede espaço a uma nova grandiosidade um tanto quanto moderna”
EDISON LUIZ
“O Parque de Olarias representa bem as mudanças em nossa cidade, buscando o bem-estar de nossa gente e valorizando espaços antes esquecidos”