Segunda-feira, 18 de Novembro de 2024

O que o G20 tem a ver com você

2024-11-18 às 10:37
Foto: Reprodução

Expectativa é que a presidência do Brasil tenha bons resultados na questão de redução da pobreza e das desigualdades sociais

Lideranças das maiores economias do mundo e as suas equipes estão se encontrando em uma série de reuniões em várias capitais brasileiras durante todo este ano de 2024. Os eventos culminarão na reunião de cúpula do G20, que acontecerá em novembro, no Rio de Janeiro, e colocará lado a lado os chefes de estado dos países-membros do grupo.

Com o slogan “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, o fórum buscará acordos que promovam desenvolvimento econômico e social global. Os temas das discussões são diversos e tratam desde o combate à fome e à pobreza – principais bandeiras da presidência do Brasil no grupo – até a taxação de grandes fortunas. Todas as reuniões focam na redução de desigualdades sociais entre os países e na sustentabilidade como saída para a preservação do meio ambiente e das próprias economias.

Assim, as reuniões de cada cidade são temáticas e comandadas por ministérios do Governo Federal. Em Foz do Iguaçu, por exemplo, única cidade não capital e a sede paranaense dos encontros, a discussão acontecerá em outubro e será focada na transição energética, sob regência do Ministério de Minas e Energia (MME). A escolha da cidade não aconteceu por acaso. Berço da maior produtora de energia elétrica limpa e renovável acumulada do planeta, a Itaipu Binacional, Foz do Iguaçu era uma escolha natural para o tema. “Nós temos trabalhado a transição energética há décadas. Ninguém gerou tanta energia limpa quantos nós. Ninguém no mundo reflorestou e cuida tanto do território quanto nós. Por isso atraímos esse importante evento para Foz”, explica o diretor-geral da Itaipu, Enio Verri.

Em Foz, o G20 deve debater a descarbonização das economias e a redução de gases que causam o efeito estufa e influenciam nas mudanças climáticas. “A Itaipu investe em novas energias como biogás e fotovoltaica há anos. Agora está investindo em combustível renovável para a aviação. É uma experiência para ser compartilhada com os demais países”, destaca Verri.

E o que isso tem a ver com você

Não há como negar que o encontro de líderes das maiores economias do mundo de alguma forma vai impactar a vida de boa parte da população mundial. Afinal, os 19 países-membros, mais a União Africana e a União Europeia, somam 80% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, 75% do comércio mundial e 60% da população.

Vários acordos internacionais devem ser firmados durante os encontros, principalmente no campo da economia, e isso deve se refletir no dia a dia da população. Entretanto, especialistas afirmam que essas mudanças não são imediatas, mas devem ser sentidas em médio e longo prazo.

A expectativa é que a presidência do Brasil tenha bons resultados, principalmente na questão de redução da pobreza e das desigualdades sociais. O país tem sido bastante incisivo na pauta e cobrado dos membros do grupo o compromisso com políticas públicas e incentivos financeiros mais robustos para o combate à fome. Lembrando que o Brasil elegeu três eixos principais para guiar as discussões: a luta contra a fome e a pobreza, o enfrentamento às mudanças climáticas e a reforma da governança global.

“Isso indica que o Brasil está conectado com os compromissos globais e, sobretudo, com a ordem internacional vigente”, ressalta o professor de História das Relações Internacionais da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) Micael Alvino da Silva.

Conteúdo publicado originalmente na Revista D’Ponta #303