Sábado, 27 de Abril de 2024

‘Cirurgia refrativa a laser personalizada: Como funciona, riscos e recuperação’, por Guy Canto

2023-12-11 às 11:03

Conheça a cirurgia refrativa, método que pode reduzir a dependência dos óculos de grau parcial ou totalmente para quem tem miopia, astigmatismo ou hipermetropia.

O procedimento é rápido e visa livrar você do uso de óculos e/ou lentes de contato.

Pessoas que têm algum distúrbio de visão com grau alto dificilmente conseguem ficar sem os óculos de grau e/ou lentes de contato. Quanto maior o grau, maior a dependência. Algumas pessoas já se acostumaram com essa realidade, mas outras não veem a hora de se livrar dos óculos e conseguir enxergar bem independentemente dessa “ajuda” externa. Para isso, existe uma alternativa: a chamada cirurgia refrativa, procedimento a laser que pode corrigir miopia, astigmatismo e hipermetropia. Em alguns casos, também pode amenizar a presbiopia, conhecida como “vista cansada”, em pessoas com mais de 40 anos.

A parte da frente dos nossos olhos tem uma lente natural, a córnea. Na cirurgia refrativa, são utilizados lasers que agem diretamente nessa lente, modificando o seu formato e, consequentemente, fazendo a correção de grau. O procedimento dura cerca de 5-10 minutos em cada olho, sem a necessidade de internação. A anestesia é feita com aplicação de colírio nos olhos.

Quem pode fazer a cirurgia refrativa?

Para fazer a cirurgia, é preciso atender alguns pré-requisitos. “Infelizmente, nem todas as pessoas que usam óculos são elegíveis para a cirurgia. É preciso ter a córnea saudável, apresentar estabilidade do grau e ser maior de 18 anos!
Quem vai avaliar se a cirurgia é uma boa opção é o médico. “É importante uma avaliação pré-operatória bem feita, com medida do grau antes e depois de dilatar os olhos e avaliação minuciosa da córnea e da retina pelo médico oftalmologista. Recomenda-se suspender o uso de lentes de contato alguns dias antes da consulta, e depois alguns dias antes da cirurgia também

Existem riscos associados ao procedimento?

Quando bem indicada – e por isso a importância da avaliação pré-operatória minuciosa – trata-se de uma cirurgia extremamente segura. “Tão segura que, se você procurar trabalhos científicos sobre complicações, dificilmente vai ver alguma publicação com menos de 15 anos. Relatos de piora da visão após a cirurgia estão em torno de 0,1% a 0,4% apenas.”
“Mesmo assim, existem algumas complicações e efeitos colaterais, sendo que os mais comuns são a piora da sensação de olho seco e o aumento do ofuscamento à noite e da fotofobia [sensibilidade à luz] durante o dia. Esses efeitos colaterais são raros e costumam melhorar com o tempo”, completa.

Como é a recuperação?

Pela técnica lasik cuja recuperação é bem rápida: o paciente pode operar em um dia, ter algumas horas de desconforto, e voltar ao trabalho no dia seguinte ou em 2-3 dias . Outra técnica mais tradicional (chamada de PRK) tem recuperação um pouco mais lenta e com um pouco mais de dor nos primeiros dias. Nesse caso, a pessoa pode retornar ao trabalho entre 4 e 5 dias depois. Novamente, o especialista é quem vai orientar sobre a opção mais adequada para cada paciente.

Alem disso no PRK, recomenda-se ainda o uso de óculos de sol nos primeiros 30 dias. Também é comum que a visão não fique boa de um dia para o outro. Ela pode oscilar nos primeiros meses, e vai melhorando gradativamente.

O oftalmologista pode recomendar o uso de medicamentos analgésicos e colírios antibióticos, anti-inflamatórios e lubrificantes. O tipo e a frequência vão depender da técnica utilizada. Siga sempre as recomendações do especialista responsável pela sua cirurgia.

Guy Romaguera Canto é médico formado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, oftalmologista formado pelo Hospital de Olhos do Paraná, membro titular da Sociedade Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa, sócio-proprietário do Hospital de Olhos e Ponta Grossa, CRM 31815 , RQE 25649.