Moradores do Distrito Federal participaram neste domingo (22) de ações voltadas para sensibilização da importância da doação de órgãos, no Parque da Cidade Sarah Kubitschek. A iniciativa Setembro Verde – Doe Órgãos, Doe Vida foi promovida pela Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF), que ofereceu serviços como aferição de pressão arterial e medição da glicemia, além do sorteio de brindes.
O objetivo do evento é ampliar a lista de possíveis doadores de órgãos no DF. Foi realizada uma caminhada em grupo e uma conversa entre pacientes transplantados, famílias doadoras e profissionais de saúde.
Segundo a Secretaria de Saúde do DF, até agosto deste ano, foram realizados 545 transplantes, sendo 207 de córnea, 177 de órgãos (incluindo rim, fígado e coração) e 161 de medulas ósseas no Distrito Federal.
Já no Rio de Janeiro, ontem (21) foi realizada a campanha “Na Onda da Doação” também busca conversar com a população sobre a importância da doação de órgãos. Promovida pela Sociedade de Nefrologia do Rio de Janeiro, na Praça do Arpoador, zona sul da cidade, em parceria com o Grupo do Fígado e a Sociedade de Cardiologia do Rio.
O médico Pedro Túlio Rocha, presidente da Sociedade de Nefrologia do Rio, avalia que este é um gesto de amor, que pode salvar muitas vidas. “Buscamos, com a população, esclarecer e motivar esse gesto que pode salvar direta ou indiretamente até oito pessoas. No Brasil, temos cerca de 60 mil pessoas aguardando por um tecido ou um órgão para transplante. E para alguns pode ser a única opção de tratamento para manutenção da vida”, disse.
Em todo o Brasil, nos primeiros seis meses deste ano, mais de quatro mil órgãos e cerca de oito mil córneas foram doadas para a realização de transplantes. O aumento em relação a 2023 foi de 3,2%.
Apesar do crescimento, falar sobre doação de órgãos ainda é um tabu para uma parte das pessoas. Segundo dados do Ministério da Saúde, de cada 14 pessoas que manifestam interesse em doar, apenas quatro realmente o fazem, por recusa da família.
Para tentar desmistificar o assunto, foi lançada pelo ministério uma campanha com o tema: “Doação de órgãos: precisamos falar sim”, que alerta para a necessidade de se tratar do assunto.
De acordo com a pasta, os órgãos mais doados foram os rins, fígado, coração, pâncreas e pulmão. Entre os tecidos, a córnea e a medula óssea estão no topo da lista. Somente nos seis primeiros meses deste ano, foram realizados pelo Sistema Único de Saúde, mais de 14 mil transplantes (SUS). No ano passado, esse número foi de 13.900.
Conforme o Sistema Estadual de Transplantes do Paraná (SET-PR), o número de doadores por milhão da população cresceu mais do que quatro vezes nos últimos 13 anos: era 10,7 a cada milhão em 2011 e, em agosto de 2024, esse número chegou a 43,5 doadores por milhão de população. De janeiro a agosto de 2024, foram 875 notificações e 332 doações efetivas de órgãos.
Os dados da SET-PR demonstram que a falta de informação e o tabu em torno da doação de órgãos ainda impacta em sua não realização. A recusa familiar é o segundo motivo que mais levou notificações de possíveis doações de órgãos no Paraná a não se efetivarem, nos primeiros oito meses de 2024: 151 (27%). A maioria dos transplantes não efetivados ocorreu por contraindicação clínica: 252 (29%). Parada cardiorrespiratória é a razão atribuída a 4% das notificações não efetivadas em transplantes (34). E 3% foram por motivos não confirmados ou outras razões (24).
Entre os doadores efetivos de órgãos de 2024, 60% são homens e 40%, mulheres. Entre os homens, a maioria dos doadores estava na faixa etária entre 50 e 64 anos (78 no total). Entre as mulheres, também: 52.
Na Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Curitiba, que abrange Ponta Grossa, de 330 notificações entre janeiro e agosto de 2024, 144 doações efetivas ocorreram. No Hospital Geral Unimed de Ponta Grossa foram quatro notificações e, no Bom Jesus, seis: todas convertidas em doações efetivas. No Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, foram 29 notificações, 24 entrevistas familiares, 16 autorizações e oito recusas. Entre as cinco demais notificações, quatro apresentaram contraindicações clínicas e uma não se efetivou por outros motivos. A taxa de conversão de doadores elegíveis para doações efetivas foi de 67% no Hospital Regional. A mesma taxa foi observada na Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, onde foram registradas nove notificações de possíveis doadores. Cinco foram considerados elegíveis para doação. Foram três entrevistas familiares, com duas autorizações para doação de órgãos e uma recusa familiar. Quatro notificações não se converteram em doação por contraindicação clínica e duas por parada cardiorrespiratória.
Confira aqui os dados completos sobre a doação de órgãos no Paraná em 2024.
da Agência Brasil, com informações do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná