João Fernando Castanho de Lima, da Casa do Caçador, de Castro, abordou a questão do uso de armas de fogo para defesa pessoal durante live do Quinta com Café, promovida pelo Sindicato Rural de Ponta Grossa, na noite de quinta (25). Transmitidas pelo YouTube, toda quinta-feira, às 18h, as lives do Quinta com Café são apresentadas pelo presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto.
Há duas semanas, o assunto foi introduzido em live que discutia os procedimentos para a obtenção de posse ou porte de arma para atiradores, caçadores e colecionadores. Na live desta quinta (1º), a abordagem teve enfoque nos tipos de arma de uso permitido para defesa pessoal, tema de interesse especialmente da população da área rural.
Lima, que também representa a Titanium Estande de Tiro, de Castro, relembra que, quando uma pessoa obtém o Certificado de Registro (CR) de uma arma, deve fazer pelo menos oito visitas a um estande para praticar o tiro – quando o registro é feito junto ao Exército. Segundo ele, para quem não treina muito o tiro e pretende usar a arma apenas para defesa pessoal, o revólver se torna uma opção melhor do que as pistolas.
“O revólver tem menos chance de pane. Você apertou o gatilho, vai sair o disparo”, explica. Como desvantagem, o revólver tem capacidade de munição um pouco menor. “O revólver é de mais fácil operação e a pistola um pouco mais complicada, mas com treino, tudo pode ser resolvido”, complementa.
Se o registro da arma é feito junto à Polícia Federal, não há essa obrigatoriedade de visitar o estande oito vezes ao longo de um ano. “Mas você pode ir ao estande de tiro uma vez por mês. Com uma semana de antecedência, é preciso pedir uma guia de tráfego (GT) e falar para qual estande você está indo”, ressalta. Pelo Exército, a guia de tráfego é de nível nacional.
Quanto ao calibre, tanto o 38 quanto o de 9mm são bons para defesa. “O que não vai entrar muito para defesa seria o 22, que é uma arma de poder menor”, explica Lima. Segundo ele, a depender do potencial ofensivo de uma arma, quem é atingido por um disparo, ainda que fatal, pode levar até 10 segundos para morrer e, nesse intervalo, consegue reagir. “Há bastante vídeos, que circulam nas redes sociais, da Polícia dos Estados Unidos, em que ocorre de o policial atirar no indivíduo, o indivíduo cair no chão, levantar, levar outros disparos e não cair”, diz.
Lima recomenda a adoção de calibres maiores para impacto. “A pistola de calibre 45 tem uma ponta mais plana. A 9mm vai ter uma penetração como se fosse uma faca, a 45 vai ser como uma chapa de aço”, compara. Segundo ele, a de 45 vai ter um recuo maior, uma operação mais complicada e, além disso, por ter uma munição maior, cabe menos no carregador. Enquanto uma 9mm subcompacta comporta até 12 munições, a 45 clássica comporta de seis a oito. “Praticamente um revólver”, completa.
Armas longas
“Você tem o CR de uma pistola e de uma espingarda. Essa pistola é uma arma de porte: quando estiver indo do meu local de acervo ao meu local de treinamento, posso andar com ela municiada para pronto uso, para defender meu acervo, porque eu tenho uma espingarda no porta-malas”, explica.
Uma espingarda 12mm pode ser usada tanto para esporte quanto para caça e, também, para defesa em área rural, tanto para curta quanto para longa distância. Conforme Lima, seria mais fácil atirar de uma distância de 50 metros com uma espingarda do que com uma pistola, por exemplo.
Armas raiadas
“Hoje, no Brasil, não temos tantas opções de armas raiadas com poder forte, entre as armas permitidas. Nas restritas, você até consegue comprar uma 556, um 762. Quem tá no CR pode comprar”, diz.
Entre as armas raiadas, a de maior comercialização, segundo Lima, seria a 22. “Mas não é para defesa; é, realmente, para o pessoal ‘brincar'”, comenta. Para defesa, de fato, entre as armas raiadas seriam mais as de calibre restrito.
Na live, Lima ainda demonstrou algumas armas, de cano longo e de cano curto, e explicou suas especificidades e preços.
Confira a live do Sindicato Rural de Ponta Grossa na íntegra: