Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024

D’P Gastronomia: Tomates pretos – Entre o azedo e o doce

2024-05-18 às 14:48
Foto: Alceu Nennemann Júnior Pazello

Chácara Maria Emília, de Ponta Grossa, produz variedade de tomate preto originária da Bélgica e conquista chefs de cozinha do estado

por Michelle de Geus

Nova cor e sabor marcante. Essas são as principais características dos tomates pretos cultivados na Chácara Maria Emília, em Ponta Grossa, especializada em produtos orgânicos. Essa é uma das primeiras vezes que a exótica variedade é produzida em solo paranaense e vem conquistando o paladar dos consumidores. A espécie é original da Bélgica, mas se adaptou bem ao clima local, e a aceitação do público surpreendeu os agricultores.

“O tomate preto tem um equilíbrio perfeito entre o azedo e doce, sendo um pouco mais adocicado do que o tomate-cereja convencional”, descreve Bruno Bauer, gerente da Chácara Maria Emília. A variedade também tem uma casca um pouco mais grossa, o que faz com que o produto aguente mais tempo na gôndola. Outra diferença é que os tomates pretos não podem ser armazenados na geladeira, para não perderem a qualidade.

O queridinho dos chefs

A Chácara Maria Emília cultiva tomates há 15 anos, mas a ideia de apostar em variedades exóticas surgiu em 2022, quando foram importadas as primeiras sementes de tomates pretos. “A minha irmã mora na Alemanha e comprou as sementes em Berlim. Lá, o mercado de hortifrúti é bem diversificado, pois eles importam muitos produtos de outros lugares durante os meses de frio”, explica.
A produção dos tomates pretos começou com 25 pés na safra 23/24 e rapidamente foi ampliada. “Hoje contamos com um plantio de 100 pés, e os 400 quilos desta safra já estão todos vendidos. Inclusive, já estamos fazendo um segundo plantio tardio para aumentar a janela de produção”, afirma.

Por conta da coloração diferente, o tomate preto caiu no gosto dos chefs de cozinha, e toda a safra da Chácara Maria Emília foi vendida para diferentes restaurantes do estado. “Por ser preto, parecido com uma jabuticaba, o tomate chama muita atenção. É uma variedade muito boa para ornamentar pratos e uma experiência gourmet”, aponta Bauer, acrescentando que o objetivo é que os tomates pretos estejam disponíveis nas gôndolas dos supermercados nos próximos anos.

Cuidado em todas as etapas

De acordo com o gerente da chácara, a primeira etapa da produção é a seleção das sementes. “Elas são semeadas no nosso viveiro e ficam lá por cerca de 40 dias, até atingirem o porte ideal para serem transplantadas na estufa. Além da adubação orgânica, quando transplantamos fazemos a limpeza das espécies invasoras e a aplicação de produtos biológicos para prevenir doenças e nutrir a planta”, detalha. A colheita, feita totalmente à mão, começa depois de 80 dias e dura cerca de três meses.
Para mais informações, acesse o site: www.chacaramariaemilia.com.br ou o Instagram da chácara: @chacara.maria.emilia.origem.

Outros produtos orgânicos diferenciados da Chácara Maria Emília

• Couve tipo italiana
• Acelga colorida
• Milho baby
• Cenouras coloridas
• Beterrabas coloridas
• Couve de Bruxelas
• Ruibarbo
• Aspargos frescos
• Flores comestíveis
• Plantas alimentícias não convencionais (PANCs)

Conteúdo publicado originalmente na Revista D’Ponta #300