Primeiramente nossas orações, solidariedade e esforços para auxiliar no que for possível para amenizar os efeitos de quem sofreu e sofre as consequências das atuais enchentes e tempestades.
No período tenebroso que vivemos na pandemia Covid, a importância da ciência foi reconhecida com destaque especial para os estudos voltados para a saúde com o desenvolvimento de vacinas, novos medicamentos e tecnologias. Agora é hora de dar espaço, sem desmerecer as demais, às ciências relacionadas a mudanças climáticas, para previsão e prevenção de tempo e clima extremo.
Nas atuais enchentes, inundações e chuvas excessivas deve ser ressaltado o trabalho de institutos e órgãos que baseados em modelos matemáticos, estatísticos e meteorológicos, fizeram a previsão e emitiram alerta em abril, sobre a possibilidade de secas no Norte e chuvas excessivas no Sul (portal.inmet.gov.br publicado em 19 de abril de 2023). Ano que vem vamos observar se haverá normalidade, El Niño ou El Niña e nos preparar, antes !!
Especificamente para a cidade de União da Vitória, que tem um rio enorme e está situada numa região de declividade, com curvas e estreitamento e na entrada do terceiro planalto, tudo contribuindo para que em grandes quantidades, a água não consiga “subir” e ocorram os alagamentos.
Merece destaque um padrão de ocorrência de inundações ocorridas em 1983, 1992 e depois 2014 e 2023 (9 anos de intervalo) mostrando que com auxílio de ciência, pesquisa e evidências científicas e principalmente obras, é necessário planejar com antecedência para a próxima ocorrência. A cidade precisa ser acompanhada de forma diferenciada porque vai sofrer novo desastre.
E as próximas?
Para evitar ou amenizar as próximas enchentes e inundações, algumas medidas são difíceis mas necessárias como o desassoreamento preventivo de rios, córregos e riachos, limpeza de bueiros, realocação ordenada de moradores de áreas inundáveis, formação de áreas eficientes de drenagem e contenção como lagos, diques e barreiras naturais, criação de reservas florestais nas margens de rios,
E não podemos esquecer das ações e atitudes que podem ser realizadas individualmente, por nós cidadãos, para ajudar no combate às mudanças climáticas tais como separação e destinação de lixo e resíduos não deixando nas ruas, uso de materiais recicláveis ou reutilizáveis (evitar o isopor), áreas e parques mais permeáveis com terra e plantas, evitar muito concreto em jardins aumentando os espaços verdes com terra e ainda incentivo público para recaptação de água das chuvas.
Enfim, é o momento de nos prepararmos e acompanharmos os informes e alertas preventivos de fenômenos climáticos, cobrar ações e obras públicas, incentivar educação ambiental, planejar e prevenir. A hora é agora!
Everson Augusto Krum é doutor em Hematologia pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP,
foi vice-reitor da UEPG e é ex-diretor do HU-UEPG