há 4 horas
Heryvelton Martins
O presidente Lula lançou recentemente uma campanha inusitada nas redes sociais batizada de “Ministério do Namoro”, cujo objetivo é promover um “match” entre pessoas alinhadas com os ideais do governo, como a defesa da soberania nacional e a justiça social. A iniciativa utiliza uma abordagem leve e simbólica, como se fosse um Tinder governamental, convidando os internautas a se manifestarem nos comentários para se conectarem com aqueles que compartilham visões progressistas. A proposta visa fortalecer a unidade em torno dos valores defendidos pelo governo e engajar a população criativamente nas redes sociais.
Segundo o NDMais, porém, a campanha gerou repercussão negativa em setores da oposição, sobretudo nas declarações do deputado federal Nikolas Ferreira, que não poupou críticas à iniciativa. Ferreira qualificou o “Ministério do Namoro” como uma verdadeira brincadeira e demonstrou indignação diante da grave situação econômica do país, apontando um rombo fiscal de cerca de R$ 30 bilhões nas contas públicas. Segundo ele, ao invés de focar em campanhas nas redes sociais, o governo deveria se concentrar na resolução dos problemas financeiros. Em suas palavras, “só otário defende esse governo”, expressando seu descontentamento com a estratégia adotada.
A controvérsia exposta pela reação de Nikolas reflete o atual cenário político brasileiro, marcado pela polarização intensa entre as forças que apoiam o governo Lula e as que se opõem a ele. Enquanto o governo aposta em formatos contemporâneos de comunicação para conectar seus seguidores e transmitir suas pautas, a oposição critica essa abordagem com o argumento de que são distrações diante dos desafios econômicos urgentes.
Essa disputa de narrativas evidência como, mesmo em tempos digitais, a política brasileira mantém suas tensões tradicionais, mas investe também em novas linguagens para dialogar com a sociedade. O “Ministério do Namoro” é mais que uma simples campanha online; trata-se de uma tentativa de fazer um chamado coletivo à solidariedade, à cidadania ativa e à defesa dos interesses nacionais sob a ótica progressista, ainda que enfrente resistência e críticas ferrenhas.