Durante entrevista concedida nesta quinta-feira (13), o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Felipe Curi, afirmou que o plano de reocupação das comunidades dominadas pela facção criminosa Comando Vermelho (CV) está em estágio avançado de elaboração.

Segundo informações do portal Metrópoles, de acordo com Felipe Curi, a ação será conduzida de forma integrada entre as Secretarias de Polícia Civil e Militar, com apoio de outros órgãos estaduais e federais. “Está sendo desenvolvido o plano de retomada de território pelas Secretarias de Polícia Civil e Militar, junto com outros órgãos, como a Secretaria de Assistência Social, a de Cidades, e (estamos) chamando as prefeituras, o Governo Federal, porque nós vamos precisar de financiamento para fazer essas retomadas. Ou seja, é um plano multidisciplinar que não vai envolver somente a polícia”, explicou.

O secretário destacou que a retomada faz parte de uma decisão judicial que impõe prazo para cumprimento. “Estamos fazendo todo o plano, que será apresentado à Suprema Corte e, num determinado momento, será homologado e, a partir daí, a gente vai iniciar esse plano”, disse.

Curi revelou que algumas áreas estratégicas já estão sendo mapeadas, mas evitou citar localidades. “Já temos algumas áreas que estão sendo estudadas, que eu não posso adiantar aqui quais são, mas nós já estamos elencando áreas importantes, que são estratégicas e estão sendo alvo do CV, onde eles têm uma possibilidade enorme de expandir, e justamente a gente não quer deixar acontecer isso.”

ADPF das Favelas

Ao comentar sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como ADPF das Favelas, o secretário afirmou que, apesar de ter criticado o dispositivo no passado, a decisão recente do Supremo Tribunal Federal trouxe avanços para as forças de segurança.

“Eu sempre critiquei muito a ADPF, mas essa decisão de abril foi uma decisão importante para as polícias, porque eles tiraram restrições e limitações, tiraram o conceito de excepcionalidade, que é o que gerava uma grande insegurança jurídica. Eles decidiram que a conveniência e a oportunidade para a realização de operações são das polícias e não apenas uma hipótese absolutamente excepcional e também definiram que deverá ser feito um plano de retomada de territórios”, concluiu Curi.