há 2 horas
Heryvelton Martins

Ponta Grossa e a região dos Campos Gerais confirmam sua vocação como corredor estratégico para o desenvolvimento do Brasil. A 28ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) neste fim de ano, classifica as principais vias que cortam a região — a BR-376 (Rodovia do Café) e a BR-373 — com o conceito “Bom” no Estado Geral. O resultado coloca a infraestrutura local em patamar superior à média nacional, onde a maioria das estradas enfrenta condições críticas.
O levantamento avaliou 114.197 quilômetros de rodovias em todo o país. O cenário geral preocupa: 62,1% da malha rodoviária brasileira recebeu avaliação Regular, Ruim ou Péssima. Em contrapartida, as rodovias que formam o “coração logístico” de Ponta Grossa mostram resiliência e qualidade, fator decisivo para a segurança dos motoristas e para a competitividade do escoamento da safra agrícola e da produção industrial.
A BR-376, vital para a conexão entre o Norte do Paraná e o Porto de Paranaguá, teve 876 quilômetros avaliados e conquistou a classificação “Bom”. A rodovia é a espinha dorsal da economia paranaense e suporta um tráfego intenso de veículos pesados diariamente. Da mesma forma, a BR-373, outra importante ligação que atravessa a região, também garantiu o conceito “Bom” em seus 380 quilômetros analisados.
A avaliação da CNT considera três características principais:
Pavimento: Condições da superfície e de rolamento.
Sinalização: Pintura de faixas, placas e visibilidade.
Geometria da Via: Tipo de pista, curvas e acostamento.
Embora o resultado local seja positivo, o relatório nacional aponta um alerta para a geometria das vias. No Brasil, 62,2% das estradas apresentam problemas nesse quesito, como falta de faixas adicionais em subidas ou curvas perigosas sem a devida proteção. Para a região dos Campos Gerais, de relevo ondulado, a manutenção e a ampliação dessas características exigem atenção constante das concessionárias e do poder público.
O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, destaca na apresentação do estudo que a aplicação planejada de recursos traz resultados concretos. A pesquisa reforça que rodovias sob gestão concedida (pedagiadas) tendem a apresentar melhores índices de qualidade. No recorte nacional, enquanto apenas 30,3% da malha pública recebeu classificação Ótimo ou Bom, esse índice salta para níveis de excelência nas vias concedidas, modelo predominante no Anel de Integração do Paraná.
Para Ponta Grossa, que ostenta o título de maior entroncamento rodoferroviário do Sul do Brasil, a qualidade dessas vias não representa apenas conforto, mas sobrevivência econômica. Estradas melhores reduzem o custo operacional do transporte — gastos com manutenção de caminhões e consumo de diesel — e diminuem o tempo de viagem.