O Povo de Deus continua sendo o Povo de Deus. Independentemente de estarem as igrejas impedidas de receber seus fiéis, a fé dos católicos continua inabalável. E sempre que convocados, eles respondem à altura. Criatividade, originalidade, engenhosidade para demonstrar o amor a Jesus Cristo foi o que se viu neste Domingo (05) de Ramos em todas as comunidades da Diocese de Ponta Grossa, que, chamadas a enfeitar portões e portas das casas, se superaram. Muitos sacerdotes no ímpeto de estar junto de seu rebanho, estão se reinventando e, neste domingo, saíram às ruas, como em Ponta Grossa e Fernandes Pinheiro, ou, foram para a frente das igrejas, como em Reserva, abençoar os ramos dentro de veículos.
Na Paróquia Menino Jesus, em Reserva, a bênção dos ramos começou por volta das 10h30. Aproximadamente 160 veículos passaram em frente à igreja matriz. O pároco, padre Fábio Sejanoski, fez o convite aos fiéis ao final da transmissão da missa da manhã, explicando que se tratava de algo opcional. “Os três padres (Fábio, Rafael Moreira e Wagner Oliveira) estarão aqui, em frente à igreja, para aspergir com água benta o seu ramo, se você quiser, já que a oração, no início dessa missa, já o abençoou, e, a nossa fé nos faz acreditar que a bênção chega quando a Igreja determina e a Igreja determinou. Mas, eu sei que tem pessoas que gostam do sinal da água benta”, explicou, reforçando que as pessoas viessem de carro. Quem quisesse também poderia trazer alimentos para colaborar com a Pastoral Social. 400 quilos de comida foram arrecadados.
Em Fernandes Pinheiro, padre Leonel Stanski foi para as ruas às 8h30, percorrendo todo o entorno da matriz São Sebastião, até às 10 horas, e, em seguida, passou pelas ruas da região da Capela Nossa Senhora dos Remédios, na comunidade do Angaí. O sacerdote abençoava os ramos e as pessoas. “O padre fez a bênção nos horários que seriam as missas e foi onde o asfalto facilitava o deslocamento: só na matriz e o Angaí. Muita gente enfeitou as casas e os portões”, informou a secretária paroquial Rita Calixto. A Paróquia São Sebastião tem 16 capelas.
Na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Ponta Grossa, a benção começou por volta das 9h10 e terminou perto das 11h30. Padre Wellington Marcondes abençoou o território da matriz, padres Athanagildo Vaz de Oliveira, Marcelo do Carmo e, três diáconos passaram pelos demais espaços pertencentes ao território paroquial. O carro foi ornamentado com a cruz e os ramos.
O bispo dom Sergio Arthur Braschi celebrou a missa do Domingo de Ramos na Catedral Sant’Ana. “Estamos iniciando a Semana Santa, acompanhando Jesus que entrega a sua vida, se aproxima do sofrimento, e, nós, o acompanharemos de maneira tão diferente, sem poder nos reunir nas nossas igrejas, mas pelas mídias sociais e pelas rádios. Em toda a semana, haveremos de meditar em nossas casas, diante do crucifixo, acompanhando pelos meios de comunicação, as várias celebrações que a Mãe Igreja nos convida a rezar. Jesus se entregou totalmente, com humildade, dando a sua vida para que nós pudéssemos ter vida, receber a misericórdia e pudéssemos não nos sentirmos sozinhos, abandonados no momento dessa pandemia do Corona Vírus, que nos força a esse isolamento social que devemos seguir. Muito mais que salvar a nossa vida devemos respeitar a vida do outro. É difícil viver assim, mas aproveitemos esse tempo e reflitamos sobre nossa vida e, quando tudo isso passar, sejamos diferentes, conscientes da nossa vida de discípulos e seguidores daquele que deu sua vida por nós”, destacou o bispo.
Ramos
Padre Clayton Delinski Ferreira, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Pilar, na Palmeirinha, em Ponta Grossa, ao explicar o significado dos ramos, lembrou que, ao se colocar no Jardim das Oliveiras, Jesus é identificado como aquele que é imortal, “pois se o ‘lenho da oliveira’ brota, revive ao atear fogo nesta árvore, Jesus é o que será levado à consumação no lenho da cruz, mas revive! Do esmagamento ‘da oliveira’ se extrai óleo, que cura as dores, sara feridas, e ressalta a força do lutador que deseja vencer combates… Ao lado daqueles ramos da oliveira, Jesus indica que será o seu esmagamento que liberará a cura da alma, das feridas do pecado, Dele se extrairá a unção, a vitória e a força da vida para nossas lutas”, ressaltou.
“Acenar ramos de oliveira é reconhecer em Jesus o rei, que pode nos oferecer cura, vida, força e vitória que serão extraídos Dele pelo seu esmagamento, que celebraremos na Páscoa. Colocar estes ramos em nossas casas é atrair todos estes benefícios que somente este rei tem para comunicar para nossa família. Ao marcar com estes ramos as portas de nossas casas, atraímos o olhar do rei para receber seus favores”, refletiu o pároco. “O Domingo de Ramos nos indica estes elementos para antecipar a nós aquilo que aprofundaremos em cada um dos três momentos pelos quais celebraremos a Páscoa na quinta e sexta-feira e no sábado”.
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Imagens/informações: Assessoria de imprensa.