Na tarde desta sexta-feira, 8, O D’Ponta News divulgou, com exclusividade, um ofício confirmando a desativação de mais 13 leitos de UTI e dez leitos clínicos da ala COVID-19 do HU-UEPG. O documento, encaminhado ao diretor clínico do hospital, dr. Ricardo Zanetti Gomes, no dia 30 de setembro de 2021, foi assinado pelo diretor de Gestão de Saúde, Vinícius Augusto Filipak, e comunicava a desativação dos leitos no dia 01 de outubro de 2021. (leia o documento completo).
Segundo o documento, o hospital, que disponibilizava 36 UTIs Covid-19, passou para um número de 23 leitos. Já na área clínica, estavam disponíveis 48 leitos, restando, agora, 38.
O D’Ponta News questionou a UEPG e a Secretaria de Saúde sobre a divulgação dos leitos disponíveis, uma vez que, apesar da desativação ter acontecido último dia 1º conforme o ofício 345/2021, nos boletins disponibilizados à imprensa pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, o número de leitos clínicos e de UTI não haviam sofrido alteração (conforme imagens abaixo disponibilizadas pela Instituição).
Segundo apurou o D’Ponta News, pacientes chegaram a ser transferidos para Telêmaco Borba na última quarta-feira, 6, por falta leitos de UTI no HU-UEPG. A mesma informação foi publicada no dia seguinte pelo jornal Diário dos Campos (acesse aqui). Entretanto, no dia 6 de outubro de 2021, conforme boletim da UEPG, haviam 13 vagas de UTI disponíveis na ALA COVID-19.
Situação parecida com a do dia anterior e também do posterior, que apontavam 12 e 15 vagas na UTI Covid-19, respectivamente, conforme boletins de ocupação divulgados pela UEPG.
Após a publicação da reportagem D’Ponta News (leia aqui), a UEPG divulgou uma nota informativa comunicando a redução de leitos destinados a pacientes da COVID-19 por determinação da SESA e apontando que as alterações acontecem “a partir de sábado (09)”.
A Secretaria Estadual de Saúde afirmou, em nota ao D’PN, que a responsabilidade pela divulgação do número de internamentos e de leitos é de responsabilidade do HU-UEPG e “que os dados oficiais desta pasta são divulgados diariamente no portal coronavirus.pr.gov.br com as informações de leitos ativos, ocupados e disponíveis”.
A reportagem D’Ponta News acessou o endereço indicado pela SESA e confirmou que a mudança de leitos ocorreu na última sexta-feira, 1º de outubro, conforme ofício do diretor de Gestão de Saúde, ao contrário do que afirmou a UEPG, que apontou a mudança com início a partir deste sábado, 9.
Até o dia 30 de setembro, conforme dados disponíveis no portal indicado pela Secretaria de Saúde, o HU-UEPG dispunha de 36 leitos de UTI Covid e 48 leitos clínicos (informação condizente com o divulgado em boletim).
A partir do dia 1º de outubro, houve no HU-UEPG a diminuição de leitos, passando a contar com 23 leitos de UTI Covid e 38 leitos clínicos (informação condizente com o ofício 345/2021 e contrária ao publicado nos boletins UEPG de 01 a 08 de outubro de 2021).
Os dados estão disponíveis no site coronavirus.pr.gov.br e também podem ser baixados clicando aqui (outubro/2021) e aqui (setembro/2021).
O D’Ponta News voltou a questionar a CCOM UEPG sobre as divergências e também a SESA sobre a situação. Até o fechamento desta reportagem não havíamos recebido retorno.
Confira a nota informativa da UEPG (publicada mais cedo).
NOTA INFORMATIVA: A Universidade Estadual de Ponta Grossa, por meio de seu Hospital Universitário, informa que a partir de sábado (09), por determinação da Secretaria Estadual de Saúde, reorganiza a estrutura de leitos disponíveis para pacientes com Covid-19. A decisão da Sesa, em 01 de Outubro de 2021, foi embasada na diminuição das taxas de ocupação dos leitos na macrorregião, tendo em vista o avanço da vacinação contra a doença e acontece após período de transição.
Agora, passado o tempo necessário para readequação interna, o HU-UEPG passa a contar com 70 leitos para Covid-19 (04 leitos de emergência, 05 leitos de observação no Pronto Atendimento, 38 leitos clínicos e 23 leitos de UTI) e segue com 104 leitos para outras enfermidades (06 leitos de emergência, 10 leitos de observação no Pronto Atendimento, 11 leitos de Clínica Médica, 50 leitos de Clínica Cirúrgica e 20 leitos de UTI). Parte dos leitos antes destinados à Covid-19 está sendo remanejada para leitos de uso geral.
A UEPG reforça a importância da vacinação e a manutenção dos cuidados de distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos para o controle da pandemia.
Confira a nota completa da SESA sobre os questionamentos D’Ponta News.
Os leitos exclusivos Covid são mantidos enquanto houver necessidade e o parâmetro de avaliação é de toda a macrorregião. Quando a ocupação está diminuindo na macrorregião, os leitos devem ser desativados para que sejam revertidos para o atendimento de outras doenças que também precisam de leitos hospitalares, incluindo a retomada de procedimentos cirúrgicos eletivos. Este equilíbrio entre os atendimentos é de responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a redução de leitos em Ponta Grossa foi feita em comum acordo com a direção do hospital.
Quanto aos dados de divulgação por parte da unidade hospitalar, estes competem somente ao próprio serviço, não sendo, de nenhum modo, responsabilidade da Sesa, considerando que os dados oficiais desta pasta são divulgados diariamente no portal coronavirus.pr.gov.br com as informações de leitos ativos, ocupados e disponíveis. Portanto, o questionamento relacionado à informação divulgada pela UEPG deve ser direcionado exclusivamente ao hospital.
Nenhuma cidade do Paraná ficará com leitos ociosos enquanto houver necessidade de atendimento para as demais urgências. É uma obrigação do gestor utilizar os leitos da melhor forma possível para toda a população. Se algum paciente na região precisar de um leito exclusivo para Covid-19 ele será direcionado até outro serviço, visto que a Sesa possui uma Central de Regulação de Leitos e uma ampla rede hospitalar onde são concentrados os pedidos de transferências de pacientes entre os serviços de saúde. Este remanejamento de pacientes é comum e pode ocorrer dentro das macrorregiões ou entre as macros, de acordo com a disponibilidade de leitos e visando um melhor e pronto atendimento ao paciente. Ressaltando também que a internação de pacientes suspeitos ou confirmados Covid pode ser feita em qualquer leito hospitalar, não é necessário ser leito exclusivo para Covid. Muitos hospitais sem leitos exclusivos também internam pacientes Covid regularmente, sem nenhum prejuízo técnico.