Quantas vidas se salva em um minuto? Para os profissionais do Hospital da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG), cada minuto salvou, ao menos, quatro vidas. Eles foram os responsáveis por vacinar trabalhadores do ensino superior contra a Covid-19, no último mês, na ação que ocorreu no Centro de Convivência, dia 19 de junho. A força tarefa dos profissionais resultou em trabalhadores da UEPG vacinados com a primeira dose.
Mas o trabalho não se resumiu a um dia. Totalizando todas as datas de vacinação, foram vacinados 876 professores efetivados; 674 agentes; 37 estagiários; e 20 residentes. O dado é estimado pela Pró-Reitoria de Recursos Humanos, com base no censo de pessoas que se encaixam no público-alvo estabelecido pela Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa (FMS). Ao todo, a UEPG estima que cerca de 80% de professores e servidores receberam a primeira dose em junho.
O dado ainda não leva em conta alunos da área da saúde e profissionais do HU e Humai, como servidores, terceirizados, alunos em estágio e disciplinas práticas, os quais já estão imunizados, e nem os professores colaboradores em processo de contratação e servidores terceirizados da vigilância e limpeza, que devem receber a vacina contra Covid-19 em calendário posterior, determinado pela FMS.
A ação do Centro de Convivência foi organizada em quatro mesas de vacinação. Cada mesa tinha três pessoas para fazer o preparo da dose, separação das ampolas e orientação dos vacinados. A equipe ainda fazia a coleta dos documentos, preenchimento do cartão de vacinação, organização da fila e aferição da temperatura na entrada. Juliana Kaiza de Souza, residente em saúde do idoso, não esquece como tudo aconteceu naquele sábado chuvoso. “Foi marcante! Fiquei bastante emocionada em ver várias pessoas com o semblante de renovação e esperança de que dias melhores virão”, relembra. Juliana viu a emoção em muitos rostos. “Vi pessoas tirando fotos para enviar aos familiares e marcar esse momento que, sem dúvidas, é revolucionário para todos. Em um só dia posso dizer que tive muitas emoções e também conheci histórias que os servidores compartilharam naqueles poucos minutos para receber a vacina”.
“Só de ver os rostos e expressões de felicidade do pessoal na fila já foi uma sensação de gratidão enorme”, rememora o enfermeiro Lindomar Aguiar. Foi a única vez, segundo ele, em que não presenciou reclamações das pessoas por estarem em uma fila grande. “Achei muito importante o teor político que o dia tomou. Pessoas levavam faixas, protestavam, agradeciam, choravam. As pessoas já estão há tanto tempo com a vida diferente, então imagino que o retorno normal da nossa vida está chegando perto”, conta. A esperança de Lindomar é a mesma da técnica de enfermagem Ilva Aparecida Ortiz. Ela atua na imunização desde a chegada das primeiras doses da vacina no HU. “Foi emocionante ver os profissionais se vacinando. Vi pessoas comemorando e registrando aquele momento tão importante. Fiquei feliz por conseguir ajudar o próximo”.
A ação do Centro de Convivência não vacinou somente o pessoal da UEPG. Todos os trabalhadores do ensino superior puderam receber a primeira dose por meio das mãos dos profissionais do HU. O farmacêutico Edmar Myoshi, que organizou o processo de vacinação por meio da Pró-reitoria de Recursos Humanos da UEPG, destaca que a Universidade trabalha, desde o início, no combate à pandemia com produção do álcool gel e participação de projetos do Estado contra a Covid-19. “Agora nós estamos auxiliando o Governo do Estado e Prefeitura Municipal levando a vacina para toda a população.” Para Edmar, a iniciativa demonstra que a UEPG também trabalha em prol do público externo. “Estamos mostrando que a Universidade não é só uma instituição de ensino, mas também tem uma importância para a sociedade”.
A residente Carolina Ruppel, atua na linha de frente no combate à Cobid-19 e a vacina sempre foi sua esperança para o fim da pandemia. “Com a disponibilidade das vacinas, todos estão aguardando ansiosamente para recebê-las e, ajudar nesse processo, é gratificante e emocionante. A minha expectativa para quando todos estiverem vacinados é que as coisas possam voltar a ser como antes, com menos sofrimento, angústia e famílias enlutadas”, explica. Como enfermeira, Fabíola Feltrin acredita estar participando de um momento histórico. “Um dos professores que se vacinou contou que tinha dois filhos gêmeos e que esperou muito por esse momento. Ele chorou e eu me emocionei muito, meus olhos encheram de lágrimas. Que possamos sair dessa muito mais humanos por termos superado esse momento”.
O professor Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG, esteve presente na ação do dia 19 de junho e comemorou a participação da UEPG na vacinação. “Lutamos muito para que todos do ensino superior pudessem tomar a vacina. Cada vacinado de uma Universidade é a afirmação da crença na ciência. É um exemplo para a comunidade.Para Ligia Giorgi Nicodemo, coordenadora do Ambulatório do HU, a ação não significou somente a aplicação da vacina, mas também representou o ato de administrar uma dose de esperança e gratidão em cada um. “Foi gratificante estar na equipe colaborando nesse momento tão esperado por todos. Que todos possam ter condições de viver sem medo e que tenhamos uma queda nos óbitos e nas internações, pois o momento atual é desgastante demais. A vacina é nossa maior esperança de dias melhores”.
da UEPG