Ponta Grossa e região terão mais um aliado no atendimento a pacientes com suspeita de infecção pela Covid-19. A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) planeja aumentar a capacidade de testes com método RT-PCR, para detecção do Coronavírus.
O trabalho será feito no Laboratório de Diagnóstico Molecular, pertencente ao Laboratório Universitário de Análises Clínicas. Atualmente, a instituição tem capacidade de realizar cerca de 60 testes diários, para atendimento da comunidade acadêmica e do Hospital Universitário (HU). Com a expansão, a expectativa é realizar 100 testes ao dia e até três mil por mês, para atender também moradores dos municípios pertencentes à 3ª Regional de Saúde.
As testagens do Laboratório serão expandidas graças a um robô extrator de ácidos nucleicos, que faz a extração de RNA viral, primeira fase de três testes. As outras duas fases compreendem o preparo dos reagentes de RT-PCR e a amplificação e leitura. Para a correta conservação do material, o Laboratório também contará com um ultrafreezer de -80°C. Ambos os equipamentos ainda estão em fase de tratativas com órgãos estaduais.
O projeto de expansão de testes faz parte do plano estadual da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da Secretaria de Saúde do Paraná. “Porém, a UEPG já possui protocolo para testagens RT-PCR desde março de 2020. Apenas adequamos nosso laboratório para seguir as regras de segurança da Vigilância Sanitária”, explica Giovani Favero, pró-reitor da Divisão de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade.
Para a adequação do Laboratório, foi realizado um projeto arquitetônico seguindo todas as resoluções da Vigilância Sanitária e do Ministério da Saúde. O local é separado em duas salas, para conter o risco de contaminação e duas antecâmaras de paramentação. Também foram implantados exaustores, que deixam o ar limpo e impedem a saída de qualquer partícula contaminante.
De acordo com o coordenador do laboratório, Bruno Ribeiro Cruz, o trabalho de adequação foi feito por quatro bolsistas, que auxiliaram na elaboração dos procedimentos padrões, documentações, metodologia do diagnóstico e toda validação junto a órgãos competentes. “Estamos finalizando as validações e aguardando o relatório da Vigilância Sanitária, que vai lavrar a licença necessária para ficarmos homologados junto ao Laboratório Central do Paraná (Lacen)”.
Com os novos equipamentos, além dos testes para detecção da Covid-19, o Laboratório também terá capacidade de fazer exames para detecção de outros vírus, como Hepatites, HIV, Câncer e Leucemias. “Esses equipamentos cedidos darão muito mais segurança para o laboratório e também ajudarão a dar mais qualidade com a padronização dos testes realizados”, finaliza Bruno.
O que é RT-PCR
Traduzido do inglês, significa transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase. Usado desde 1983, é um método laboratorial usado para medir a quantidade de RNA específico, onde sequências do DNA podem ser ampliadas de milhares a um milhão de vezes. Os testes de RT-PCR são altamente sensíveis na detecção de vírus em uma amostra. O método de coleta consiste na utilização de swabs, um tipo de cotonete, na nasofaringe (nariz) e orofaringe (garganta). O método deve ser realizado por um profissional da saúde, pois é preciso saber a fase da doença para coleta da análise, para não correr o risco de resultar em um falso negativo.