Sexta-feira, 11 de Outubro de 2024

Coluna Draft: ‘5 Mulheres Brasileiras Revolucionárias!’, por Edgar Talevi

2022-03-09 às 11:06

5 Mulheres Brasileiras Revolucionárias!

“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor excede o de finas joias!” (Provérbios 31:10 ARA). Atribuído ao Rei de maior Sabedoria em toda a narrativa bíblica, bem como o mais invejável pela grandeza da riqueza de seu Reinado, Salomão, filho de Davi, Rei de Israel, soube reconhecer, por meio da metáfora usada no texto supracitado, a imponência da mulher e sua infinita virtude.

É fato que nem sempre a importância, a vitaliciedade e a exuberância feminina lograram êxito quanto ao seu reconhecimento dentro de uma sociedade ainda machista, sexista e misógina. Também é lamentável que o presente repita o passado – ultrapassado – em discursos de pessoas que ocupam cargos públicos que, de tão repulsivos, não merecem reprises neste artigo. Não obstante, há que se pensar – repensar – a polissemia do protagonismo feminino na construção de todas as sociedades ao redor do mundo.

8 de março foi um marco, em que a ONU declarou, em 1977, a data como o Dia Internacional da Mulher. O feito merece comemoração, mas enseja constantes cuidados para que não se confunda uma data com a realização plena de cidadania, haja vista muita conquista a ser desbravada em todos os aspectos. Podemos citar, dentre esses, o fato de que, embora maioria do eleitorado brasileiro, as mulheres ainda compõem minoria nos parlamentos. Isso evoca a necessidade de se instaurar uma reflexão permanente em torno da imprescindível participação e efetivação das mulheres no alto escalão do poder.

Destarte, como nos propomos a saudar a grandeza das mulheres e sua pujante emolduração da realidade no Brasil, oferecemos uma inacabada, mas fundamental lista de 5 mulheres brasileiras revolucionárias, dignas – como todas – de menção honrosa pelos ávidos trabalhos em favor do país e, não menos, da humanidade.

A lista daqui constante não enumera qualitativamente nenhuma personagem. A ordem sugere mera casualidade e segue aleatória sequência, pois não se mensuram figuras tão gigantes em quaisquer documentos que se fizerem escritos.

Maria Rita de Sousa Brito Lopes, ou, “simplesmente”, Santa Dulce dos Pobres. Nascida em Salvador, aos 26 de maio de 1914, viveu manifestamente em favor da causa social, desde os 13 anos de idade, levando a espiritualidade para além da religião, em um contexto de altruísmo somente visto nas maiores figuras da humanidade. O legado da Irmã Dulce fez com que o Governo Federal, por meio do Presidente Jair Bolsonaro, assinasse um repasse de R$ 18 milhões para as obras de caridade da Santa Brasileira.

Maria Felipa de Oliveira. Participou ativamente da luta pela independência do Brasil. Em 1822, ela liderou um grupo de mulheres nas batalhas contra portugueses que atacavam a ilha de Itaparica, onde ela morava.

Descendente de negros escravizados, vindos do Sudão, Maria Felipa demonstrou toda sua inteligência e bravura ao comandar um ataque que queimou nada menos que 40 embarcações portuguesas.

Professora Heley de Abreu Silva Batista. Aos 5 de outubro de 2017, data em que um homem entrou em uma sala de aula da creche Gente Inocente, em Minas Gerais, tendo ateado fogo em si mesmo e em várias crianças, a Professora cumpriu o mister de coragem, com instinto de mãe e reagiu ao ataque, lançando-se ao criminoso, conseguindo impedir que este vitimasse mais crianças.

Ela não sobreviveu fisicamente, mas sua memória se eternizou no coração do Brasil. A honrosa condecoração com a Ordem Nacional do Mérito do Governo Federal e a Medalha da Inconfidência do Governo Mineiro foram insígnias da bravura da célebre Professora Heley.

Chiquinha Gonzaga, compositora, pianista e maestrina, filha de um militar com uma mulher mestiça, neta de uma escrava, sempre foi fascinada pela música. Dentre suas composições mais famosas, destaca-se: “Ô Abre Alas, que eu quero passar”.

Vanguardista, intelectual, talentosa, viveu da música e nos legou sua graça em forma de arte.

Elis Regina. MPB não é MPB sem que falemos de Elis. Nascida no Rio Grande do Sul, tornou-se, pelo talento imenso, queridinha do público e da crítica, tendo recebido vários prêmios durante sua carreira.

Sucesso absoluto de vendas, passeou pelos gêneros da Bossa-Nova, Jazz, MPB, Rock e Samba. Formou parceria com grandes nomes da música brasileira, tais como Milton Nascimento e Tom Jobim. Elis Regina nos deixou sua versatilidade e a certeza de que se pode ir sempre além, inovando e criando.

Não poderíamos deixar de encerrar este artigo com uma frase de outra personagem extraordinária da humanidade, Madre Teresa de Calcutá: “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.

Coluna Draft

por Edgar Talevi

Edgar Talevi de Oliveira é licenciado em Letras pela UEPG. Pós-graduado em Linguística, Neuropedagogia e Educação Especial. Bacharel e Mestre em Teologia. Atualmente Professor do Quadro Próprio do Magistério da Rede Pública do Paraná, na disciplina de Língua Portuguesa. Começou carreira como docente em Produção de texto e Gramática, em 2005, em diversos cursos pré-vestibulares da região, bem como possui experiência em docência no Ensino Superior em instituições privadas de Ensino de Ponta Grossa. É revisor de textos e autor do livro “Domine a Língua – o novo acordo ortográfico de um jeito simples”, em parceria com o professor Pablo Alex Laroca Gomes. Também autor do livro "Sintaxe à Vontade: crônicas sobre a Língua Portuguesa". Membro da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes. Ao longo de sua carreira no magistério, coordenou inúmeros projetos pedagógicos, tais como Júri Simulado, Semana Literária dentre outros. Como articulista, teve seus textos publicados em jornais impressos e eletrônicos, sempre com posicionamentos relevantes e de caráter democrático, prezando pela ética, pluralidade de ideias e valores republicanos.