Johan Cruyff foi símbolo de uma geração do futebol Holandês que conquistou o mundo, menos a Taça do Mundo. Na Copa do Mundo de 1974, a seleção Holandesa jogou para a plateia e contra adversários estupefatos pelo estilo de jogo universalmente conhecido como: “Carrossel Holandês!” Carlos Alberto, capitão da seleção brasileira na Copa de 1974, sobre a seleção Holandesa, disse: “A única seleção que vi que fez coisas diferentes”.
Segundo o mesmo capitão da seleção brasileira, o estilo de jogo Holandês foi incrível de assistir e maravilhoso para o jogo. Mas, afinal, o que foi o tão aclamado Carrossel Holandês?
Chegando à final de uma Copa do Mundo pela primeira vez em sua história, a Holanda surpreendeu o mundo. O que se via em campo era uma aparente “confusão”, em que os jogadores observavam um esquema tático que rodava os atletas em campo, alternando posições entre si, desde os zagueiros com o lateral-direito, este com o ponta-esquerda, e assim por diante.
Criado e desenvolvido pelo estrategista Rinus Michels, o Carrossel Holandês só parou na grande final da Copa de 74, contra a Alemanha. O sucesso do jogo Holandês rendeu ao time o apelido de “laranja mecânica”.
Mas, não foi somente na Copa de 1974 que a seleção Holandesa amargou uma derrota na final. Em 1978, contra a Argentina, e em 2010, contra a Espanha. Quando tudo parece favorável, existe um “Quê”, exatamente não sabemos do “quê” –, que impede de a Holanda ser Campeã do Mundo.
Destarte, o que tem a ver a laranja mecânica com Ciro, o Gomes? Bem, pensará o leitor, tudo, pois ambos navegam em águas sempre tensas, turvas, nadam de braçadas, mas, no ponto de chegada, afundam.
Se não, vejamos: deputado federal pelo Ceará de 2007-2011, Ministro da Integração Nacional na Presidência de Luís Inácio Lula da Silva, Ministro de Finanças, na gestão de Itamar Franco, Governador do Ceará de 1991 a 1994 e Prefeito de Fortaleza, de 1989 a 1990. Ainda foi deputado estadual Cearense.
Uma trajetória extremamente vencedora, não fosse pelo “Quê”, de um sabor insípido a ele, por enquanto, de ser o Presidente da República.
Foi candidato ao Planalto pelo PPS em 1998 e 2022. Candidatou-se novamente em 2018, desta vez pelo PDT, e agora tentará a Presidência novamente, pelo mesmo partido.
Tantas e tantas candidaturas, no entanto, não serviram para dar a musculatura de que ele necessita para trafegar entre os mais cotados nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, em 2022. Ideias a ele não faltam. Muitos intelectuais declaram apoio a Ciro no primeiro turno, mas sempre com a ressalva de que votarão em Lula no segundo. Isso é quase como um descarte, pois não se vislumbra uma candidatura viável do ponto de vista vencedor de eleição.
O que poderá, certamente, acarretar perda de votos em Ciro já no primeiro turno é justamente a ideia de que ele não tem cacife para vencer Lula ou Bolsonaro. Mais especificamente Jair Messias Bolsonaro, a quem tem maior antagonismo, haja vista o eleitorado de Ciro estar mais à esquerda.
Ciro encanta por suas ideias, principalmente no livro “Um desafio chamado Brasil”, mas ainda não encontrou o caminho da vitória ao Planalto. Enquanto isso, o carrossel segue a todo vapor, à espera de que alguém o erija à maior potência do futebol – ou cargo político – a que todo jogador – cidadão – almeja.
Faço valer as célebres palavras de um homem que chegou lá: Winston Churchill: “Os problemas da vitória são mais agradáveis que os problemas da derrota, mas não menos difíceis!”