Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Coluna Draft: ‘Sexta-feira, 13: a origem!’, por Edgar Talevi

2022-05-13 às 11:02

Se tem algo que nos perturba é um quarto escuro. Sem frestas por onde possa entrar a luz, nossa mente cria e recria mundos, monstros que, quase sempre, habitam apenas dentro de nós! Mas, ao acender das luzes, o mito se revela desmistificado. E aí tudo vira lenda! Assim é com a tão temida Sexta-feira, 13.

Comumente associada a filmes de Terror, à moda norte-americana, dos anos 1980, tendo como marco o título que leva o nome deste artigo e escrito por Victor Miller, no original “Friday the 13th”, Jason, o psicopata assassino antagoniza com jovens que tentam reabrir um acampamento abandonado. O medo tomou conta das telonas e, desde então, carrega a pecha da insígnia da data.

No entanto, as origens do temor que a data carrega remonta há muitos anos. São várias teorias. Dentre elas, algumas merecem destaque. Prontos para a viagem? Apertem o cinto!

Uma das versões que transmitem “azar” à data de uma sexta-feira, 13, está justamente no cristianismo. Em sua última ceia, Jesus teria se reunido com seus 12 discípulos, totalizando 13 pessoas à refeição. Judas, o traidor, estava com eles. Jesus morreu no dia seguinte. Nada mais apavorante e sugestivo.

A tradição cristã ainda une o fato de a morte de seu líder ter ocorrido em uma sexta-feira ao livro do Apocalipse apontar o número da besta como sendo 13. Além disso, a bíblia conta como “perfeito” o número 12, a saber, as 12 tribos de Israel, os 12 discípulos, sendo, portanto, o 13 um número que destoaria do projeto divino.

Outra explicação, menos espiritualizada, está na mitologia nórdica. Segundo a história, o deus Odin teria realizado um banquete e convidado outras 12 divindades. Loki, deus da discórdia e do fogo, que não fora convidado, armou uma confusão que terminou na morte de um dos convidados. Criou-se, por isso, a superstição de que um encontro com 13 pessoas sempre termina em tragédia.

Outra história seria o fato de que a deusa da fertilidade, Frigga, esposa de Odin, teria relação com a sexta-feira, 13. Para forçar a conversão aos bárbaros, a Igreja Católica teria demonizado Frigga. Segundo reza a lenda, ela, o demônio e outras onze bruxas saíam toda sexta-feira para atacar a humanidade.

Não obstante, sob uma ótica mais materialista e historiográfica, a origem da sexta-feira, 13, está na monarquia francesa. O Rei Felipe IV sentiu-se ameaçado pela influência da Igreja Católica e, na tentativa de controlar a situação, tentou filiar-se à ordem dos Cavaleiros Templários, mas fora recusado. Com raiva, o Rei ordenou a perseguição da ordem em uma sexta-feira, 13.

Com tantas e tantas suposições, lendas, mitos e histórias, convenhamos: o melhor para nossa sexta-feira,13, é estar em família e entre amigos, pois com estes temos toda a segurança.

“Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá na hora em que isso acontecer!” (Woody Allen).

Coluna Draft

por Edgar Talevi

Edgar Talevi de Oliveira é licenciado em Letras pela UEPG. Pós-graduado em Linguística, Neuropedagogia e Educação Especial. Bacharel e Mestre em Teologia. Atualmente Professor do Quadro Próprio do Magistério da Rede Pública do Paraná, na disciplina de Língua Portuguesa. Começou carreira como docente em Produção de texto e Gramática, em 2005, em diversos cursos pré-vestibulares da região, bem como possui experiência em docência no Ensino Superior em instituições privadas de Ensino de Ponta Grossa. É revisor de textos e autor do livro “Domine a Língua – o novo acordo ortográfico de um jeito simples”, em parceria com o professor Pablo Alex Laroca Gomes. Também autor do livro "Sintaxe à Vontade: crônicas sobre a Língua Portuguesa". Membro da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes. Ao longo de sua carreira no magistério, coordenou inúmeros projetos pedagógicos, tais como Júri Simulado, Semana Literária dentre outros. Como articulista, teve seus textos publicados em jornais impressos e eletrônicos, sempre com posicionamentos relevantes e de caráter democrático, prezando pela ética, pluralidade de ideias e valores republicanos.