Domingo, 25 de Maio de 2025

Bicen-UEPG promove atividades na Semana Nacional do Livro e da Biblioteca

2022-10-19 às 12:33

A Biblioteca Central Faris Michaele, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Bicen-UEPG), promove, entre os dias 24 e 26 de outubro, a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, com o tema “Biblioteca em Ação”. Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta (19), a diretora da Bicen-UEPG, Maria Lúcia Madruga, detalhou a programação do evento.

A Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, instituída Instituída em todo o território nacional pelo Decreto Nº 84.631 de 9 de abril de 1980, é uma data comemorativa que visa incentivar a leitura e destacar a importância do livro e da biblioteca na disseminação da informação e do acesso as diversas formas de manifestações artísticas e culturais. As inscrições para o evento podem ser feitas aqui e valem certificados emitidos pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (PROEX/UEPG).

A programação começa na segunda (24), na parte da manhã, com sessões de trocas de figurinhas da Copa, na manhã, tarde e noite – o convite é estendido também ao público externo da UEPG. Ainda no clima de trocas, haverá o “Clube do Desapego”, das 10h às 11h, na quarta (26). “Se você tem alguma coisa que não quer mais, pode ir lá, vamos fazer uma roda de trocas. Pode ser qualquer coisa, trocar um livro por outro livro, por um CD, um disco de vinil, uma blusa. A pessoa vai lá, fala o que ele tem e o outro vai ver se tem interesse, se houver interesse, faz a troca”, explica.

Para as crianças, haverá contação de histórias na terça (25), pela manhã e pela tarde. O Ônibus da Vacina, da Fundação Municipal de Saúde, também marcará presença, que vai estar estacionado ao lado da Biblioteca de Uvaranas, com atendimento das 9h às 17h.

Nos três dias, estarão expostos, para venda, os trabalhos de artesanato tanto da Casa do Artesão quanto da Associação dos Deficientes Físicos de Ponta Grossa (ADFPG).

Na quarta (26), haverá uma oficina para jovens escritores, com Phellip Willian, das 18h30 às 19h30. Um dos livros do autor, “Uma Nuvem do Seu Oliveira”,  foi finalista do 34º HQmix em quatro categorias: publicação independente, publicação infantil, novo talento desenhista e novo talento roteirista. Willian também trabalha com worlbuilding para jogos. A oficina pode ser feita de forma presencial ou online e demanda inscrição prévia.

O “Biblioteca em Ação” também vai promover debates, como a Roda de Conversa “Um acervo que contemple a diversidade”, na terça (25), das 18h20 às 19h. O debate terá participação dos Conselhos Municipais de Promoção da Igualdade Racial; LGBT; dos Direitos da Mulher; do Direito das Pessoas com Deficiência e da Comunidade Acadêmica Indígena da UEPG e, ainda, do escritor João Victor Cantanhede, aluno de Letras/Inglês de Caxias (MA).

“Estamos aqui, hoje, convidando a comunidade externa, da cidade de Ponta Grossa. Queremos que a nossa cidade, Ponta Grossa, esteja presente dentro da universidade e esse evento é feito, também, para a comunidade externa. A função da biblioteca é de aproximação, de convivência e de humanização”, reforça.

Físico versus digital

Mesmo imersos no universo digital, os estudantes da UEPG estão, aos poucos, retomando a frequência às bibliotecas no período pós-pandêmico, segundo Maria Lúcia. Nos últimos dois anos, tanto professores, quanto alunos e bibliotecários permaneceram em suas casas, fazendo atividades online e a distância. “A biblioteca também ficou parada e agora estamos todos retomando as atividades nos nossos setores. O jovem, hoje, é digital. Mas estamos vivendo um momento de transição. A informação sempre vai existir. O formato dessa informação é que vai mudando: do papel para o digital”, analisa.

Na visão da diretora da Bicen-UEPG, a biblioteca é mais do que um local para emprestar livros. “Ela tem que emprestar, mas tem também que trazer as pessoas para estarem ali dentro, porque é um lugar de convivência, de troca, de experimentação e de construção do conhecimento”, ressalta.

Segundo Maria Lúcia, as bibliotecas hoje oferecem aos leitores tanto as versões digitais quanto impressas das obras que os leitores buscam. “E esse fluxo tende a aumentar a cada dia. Considero a biblioteca um órgão vivo dentro da escola, da universidade, porque é o local que traz a vida e a informação, uma informação de qualidade”, ressalta a bibliotecária. O acervo físico da Biblioteca Central reúne cerca de 110 mil exemplares de livros e 100 mil exemplares de periódicos.

Maria Lúcia, que é formada em Biblioteconomia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e mora em Ponta Grossa há 20 anos, mesmo período em que trabalha na UEPG, confirma que cuidar do acervo dá bastante trabalho. “Quem já viu os bastidores de uma biblioteca sabe que o livro não ‘pula’ na estante. Tem todo um processo para você manuseá-lo até ele chegar ao público, ao seu destino final. Existe um trabalho bem minucioso”, explica. Esse trabalho inclui a catalogação das obras, que são separadas por área de conhecimento, a partir de códigos de classificação por assunto, e a restauração de obras consumidas pelo tempo e pelo manuseio frequente.

Para a criança de hoje, acostumada desde o berço ao digital, ocorre o inverso do que foi para seus pais: o livro físico que é o diferente, que promove outra forma de interação com o conteúdo. “É uma novidade que elas recebem com muito entusiasmo, muito amor e carinho. Elas gostam de estar ali, elas gostam de manusear aquele produto, aquele material cultural que é o livro e enche os olhos, porque ela consegue pegar, manusear aquilo que ela vê no digital”, comenta.

O jovem que hoje cursa a universidade transita entre as duas modalidades: o físico e o digital. “Temos nosso acadêmico que vai à biblioteca e pega o livro físico, mas ele também consulta toda a informação que disponibilizamos dentro das nossas plataformas digitais. Temos uma biblioteca digital, chamada ‘Minha Biblioteca’, que contempla vários livros digitais. Ele pode acessar digitalmente aquele livro, mas ele também pode pegar esse livro físico”, ressalta.

Maria Lúcia pontua que, cada vez mais, nos encaminhamos para o predomínio do formato digital. A Bicen-UEPG traz um pool de conteúdos digitais, que inclui o Portal de Periódicos da CAPES, que é muito utilizado em pesquisas; a “Minha Biblioteca” e a Biblioteca Saraiva, com conteúdo jurídico. Em formato físico, os periódicos de artigos científicos e noticiosos continuam disponíveis para consulta na Hemeroteca.

De acordo com a diretora da Bicen-UEPG, a procura pelas obras da biblioteca ocorre tanto pela fruição quanto pela pesquisa, uma vez que são atendidos dois públicos: a comunidade interna (universitários e professores) e a comunidade externa. Muitos vão para conferir obras de grandes autores da literatura mundial e outros vão para leituras técnicas, do seu dia a dia acadêmico e de suas pesquisas, seja da graduação ou da pós. Quem faz parte da comunidade externa tem acesso aos livros para consulta dentro da biblioteca, tanto no campus central quanto no de Uvaranas.

“Nossa função, enquanto biblioteca, é proporcionarmos a todos eles, qualquer que seja a intenção de cada um quando entra, a maior comodidade para ele receber essa informação, de uma forma alegre, que a biblioteca o acolha”, pontua.

Inscrições e programação

As inscrições para o evento podem ser feitas aqui. Confira aqui a programação completa do evento.

Confira a entrevista de Maria Lúcia Madruga na íntegra: